PANORAMA DO LIVRO DE GÊNESIS: UMA TRÍPLICE PERSPECTIVA!
PANORAMA
DO LIVRO DE GÊNESIS: UMA TRÍPLICE PERSPECTIVA!
INTRODUÇÃO
O
livro de Gênesis é o primeiro livro da Bíblia e narra a história da origem do
universo e das primeiras civilizações, bem como o governo de Deus sobre toda
criação e a queda da humanidade.
Entender
o livro de Gênesis é essencial para a fé cristã, principalmente nos dias
atuais, onde o relato bíblico tem sido combatido pelos cientistas naturalistas
e ateístas. Tanto a teoria do designer inteligente quanto a do criacionismo
científico têm corroborado o relato bíblico da criação e comprovado a
veracidade histórica do livro de Gênesis.
Desta
forma, a fim de contemporizar o livro de Gênesis, é preciso compreender o livro
de Gênesis através de uma perspectiva histórica, teológica e científica,
mantendo, no entanto, intacto a literalidade do relato bíblico.
1. PERSPECTIVA
HISTÓRICA DO LIVRO DE GÊNESIS
O
livro de Gênesis é o primeiro livro da Torá judaica e do pentateuco cristão,
sendo chamado, em hebraico, pelo nome “Bereshíth” que significa
“princípio” ou “começo”.
1.1.
Autoria e Data: Primeiramente, cumpre registrar que existem
duas linhas de pensamento quanto a autoria e data do livro de Gênesis, quais
sejam:
a) Posição conservativa; e b) Posição crítica.
a)
Posição conservativa: Esta posição defende que o livro de
Gênesis foi escrito por Moisés em, aproximadamente, o ano de 1.500 a.C.
Sustenta que Deus revelou diretamente à Moisés o relato da criação e que o
restante da narrativa foi escrita, igualmente, por Moisés. Várias evidências
corroboram esta posição, dentre elas, a passagem de Jo 5:45,46 traz a
declaração do próprio Jesus de que Gênesis e os demais livros do pentateuco foi
escrito por Moisés;
b)
Posição crítica: Esta posição defende que o livro de Gênesis,
assim como os demais livros do pentateuco, foram escritos por pessoas
diferentes e que nenhuma destas pessoas eram Moisés. Alegam, os defensores da
posição crítica, que existem muitas diferenças na utilização dos termos relacionados
a Deus (Elohim, YHWH e Eloah) o que indica que a origem do livro de Gênesis
deve ser atribuída a duas fontes distintas e desconhecidas.
Neste
ponto, é preciso destacar que a posição ortodoxa da igreja é que
todos os livros do Pentateuco, incluindo Gênesis, foram escritos por Moisés por
volta do ano 1.500 a.C.
1.2.
Lugar: O livro de Gênesis foi escrito na península do
Sinai. Esta península está localizada no continente asiático, especificamente
no Oriente Médio. Os limites geográficos da península do Sinai são o Mar
Mediterrâneo, ao norte, Istmo de Suez e Golfo de Suez, ao oeste, Israel, ao
nordeste, Golfo de Aqaba, ao leste, e o Mar Vermelho, ao sul.
A
península do Sinai possui uma área de 59.000 km² e os pontos mais altos são o
Monte Sinai, com 2.285 metros, e o Monte Catherine, com 2.637 metros.
Portanto,
Moisés escreveu o livro de Gênesis no período do êxodo e, também, foi no Monte
Sinai que Moisés recebeu o decálogo.
1.3.
Esboço histórico: Segundo R.N Champlin, pode-se dividir o livro de
Gênesis em duas partes: a) A história primordial (capítulos 1 ao 11),
cuja narrativa se concentra em assuntos universais, como por exemplo a origem
do universo e das primeiras civilizações; b) História patriarcal (capítulos
12 ao 50), onde a narrativa bíblica enfatiza a história de Israel.
1.4. Descobertas
arqueológicas: A revista Science Advances
publicou um artigo científico a respeito de uma descoberta arqueológica fósseis
de um grupo de cobras Najash que ainda tinha patas traseiras, corroborando o
relato bíblico de Gênesis 3:14,15.
Um
arqueólogo britânico chamado Leonard Woolley fez uma surpreendente descoberta
ao escavar uma área que estava situada na antiga cidade de Ur (Atual Iraque). O
arqueólogo descobriu sedimentos que dão indícios de uma grande inundação que
causou desastres globais e pode ter ocorrido entre 4.000 a.C e 3.500 a.C,
período este que corrobora o que a Bíblia diz sobre o Dilúvio que Deus mandou.
Ademais, achados arqueológicos de várias culturas dão conta de histórias de um
dilúvio ocorrido nos tempos antigos e, tais achados, mostra que a informação
sobre o dilúvio existia nas mais diferentes culturas e civilizações antigas.
Fósseis
linguísticos comprovam que os mais antigos idiomas são datados de
aproximadamente 5 a 6 mil anos e que todos este idiomas possuem origem na Baixa
Mesopotâmia, corroborando o relato da torre de Babel (Gn 11).
A
maioria dos historiadores concordam que a origem da humanidade e da civilização
ocorreram na região conhecida como Crescente Fértil, na Mesopotâmia. Para a
surpresas dos céticos, a Bíblia, no livro de Gênesis, afirma exatamente que a
humanidade e as primeiras civilizações surgiram na região da Mesopotâmia.
Muitos
outros achados arqueológicos poderiam ser citados a fim de comprovar a
historicidade do livro de Gênesis, contudo, os aqui citados são suficientes.
2. PERSPECTIVA
TEOLÓGICA DO LIVRO DE GÊNESIS
A
perspectiva teológica oferecerá um panorama dos principais temas do livro de
Gênesis e suas implicações na fé cristã.
2.1.
Estilo literário: O livro de Gênesis é uma narrativa e, apesar
disto, o livro de Gênesis oferece uma vasta base bíblica/teológica para a fé
cristã em vários assunto. Gênesis possui vários estilos literários (narrativa,
poesia e linguagem figurada), porém, independente do estilo, seu conteúdo deve
ser interpretado literalmente, jamais alegoricamente.
2.2. A
linguagem do livro de Gênesis: Assim como todo o Antigo
Testamento, o livro de Gênesis foi escrito em Hebraico, com uma pequena citação
em aramaico (Gn 31:37). Tanto o hebraico, como o aramaico, pertencem a família
de línguas chamada de semita, uma referência aos descendentes de Sem, filho de
Noé (Gn 10:22).
2.3.
Esboço temático: R.N. Champlin divide o livro de Gênesis em
quatro assuntos: a) Livro do princípio (cap. 1-11); b) Livro da fé (cap. 12 –
25); c) Livro da luta (cap. 26 – 35); d) Livro da direção (36 – 50).
2.4. Os atributos de Deus revelados no livro de Gênesis: O livro de Gênesis apresenta Deus em ação com todos os seus atributos:
Onipotente: Gênesis apresenta Deus com todo poder, sendo este poder absoluto. Foi com todo esse poder que Deus criou o universo e os homens, ou seja, todo poder manifesto na natureza não se iguala a poder de seu criador. Ademais, foi o poder de Deus que criou o universo e é exatamente o poder divino que sustenta a existência do universo.
Criador: o primeiro livro do pentateuco nos revela que Deus é o nosso criador, ou seja, ele é a causa da existência do universo e do todos os seres vivos. É interessante notar que a Bíblia inicia com Deus criando (Gn 1) e termina com Deus criando novos céus e nova terra (Ap 21).
Onisciente: O livro de Gênesis revela que Deus possui conhecimento perfeito sobre tudo, ou seja, Deus conhece todas as coisas e, portanto, é incapaz de aprender, pois não existe nada que ele não saiba.
Onipresença: Deus está presente em todos os lugares, se manifestando aos seus servos. A onipresença revela um Deus que é, ao mesmo tempo, transcendente, pois está acima e/ou fora da criação, e imanente, pois se revela a criação e exerce governo sobre ela.
Eterno: O fato de ser Deus o criador do universo e, por conseguinte, do tempo, mostra que Deus está acima do tempo, Deus é atemporal, sem começo ou fim, Ele é eterno, ele é a causa não causada.
Imutável: O livro de Gênesis revela um Deus imutável, ou seja, com um caráter inalterado, aquilo que Deus é Ele sempre foi e será. A imutabilidade de Deus se revela, também, na sua fidelidade para com seus servos, Adão, Eva, Caim, Abel, Noé, Abraão etc.
Bondoso: Gênesis revela que Deus é bom e, por isso, tudo o que faz e cria é igualmente bom. Esta verdade é facilmente comprovada pala expressão “e viu Deus que era bom” (Gn 1:10, 12, 18, 21, 25, 31).
2.5.
Criação ex nihilo: O livro de Gênesis ensina que Deus criou
tudo o que existe a partir do nada, ou seja, sem precisar de matéria
pré-existente. Deus criou tudo através do poder de sua palavra, ou seja,
através do “haja” (Gn 1). Desta forma, o universo foi criado pronto e acabado,
ou seja, ele não passou por um processo evolutivo, como sustentam os
naturalistas, tudo o que existe hoje foi criado pelo poder da palavra de Deus.
2.6. A
constituição tricotômica do homem: O livro de Gênesis ensina que
o homem não é um ser meramente material, destituído de espiritualidade, muito
pelo contrário, o homem é um ser que possui uma parte material e outra
imaterial, sendo a parte material o corpo, criado do pós da terra (Gn 2:7), e a
parte imaterial a alma e o espírito, criado a partir do sopro de Deus (Gn 2:7).
2.7. O
estado original do homem: Deus criou o homem com uma natureza boa e
santa, cujas obras eram inclinadas pala a santidade, o homem foi criado a
imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26). Ademais, Deus não criou o homem para
morrer, seja fisicamente ou espiritualmente, ou seja, antes da queda, o homem
era imortal, sendo árvore da vida uma representação da manutenção da
imortalidade do homem. A ideia de imortalidade do homem está intrínseca nas
palavras de Deus a Adão em Gn 2:17, onde Deus adverte Adão de que caso ele coma
do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele morreria, o que indica
que, se ele se mantivesse obediente, ele não morreria.
2.8. A
liberdade humana no estado original: Conforme o registro do
capítulo 3 do livro de Gênesis, o homem possui livre-arbítrio, ou seja, a
capacidade de agir contrário à sua natureza através de decisões morais. Essa
verdade é explicita com o relato da queda do homem, no jardim do Édem, onde o
homem, no exercício de sua vontade livre, decidiu desobedecer a Deus e, assim,
lançar toda a humanidade no lamaçal do pecado.
2.9. A
queda do homem como origem do pecado: O livro de Gênesis é a base
para a doutrina do pecado original e da depravação total. O apóstolo Paulo
usará o relato de Gênesis a fim de provar o estado caído do homem (Rm 3:23 e
5:12). Em Gênesis consta que o homem foi criado santo, porém, ao pecar, sua
natureza foi escravizada pelo pecado e toda a raça humana, a partir de então,
foi escravizada pelo pecado. Desta forma, o pecado aparece após a queda de Adão
e revela, desde então, o homem nasce com um escravo arbítrio, ou seja, com sua
vontade escravizada pelo pecado.
2.10.
A criação em seis dias literais: Muitos defendem a teoria da
terra antiga, alegando que o relato da criação em seis dias é alegórico e,
portanto, deve ser interpretado figurativamente, indicando que o universo
possui milhões de anos de existência. Contudo, o livro do Gênesis aponta para
outra direção, qual seja, que a terra é jovem e que a criação em seis dias deve
ser interpretada literalmente. O primeiro argumento em favor da teoria da terra
jovem ou da criação em seis dias literais, é que para interpretar os seis dias
como se fosse eras (milhões de anos), é preciso alegorizar toda a sessão de Gn
1 ao 3, fazendo com que não somente os seis dias sejam figurados, mas também
todo o relato da criação e da queda do homem, esvaziando as doutrinas do pecado
original e da depravação total. Outrossim, é interessante notar que a Bíblia
traz a resposta para esta pergunta (são seis dias literais ou alegóricos?) em
Ex 20:10,11, onde Deus institui a guarda do Sábado e sua justificativa é que
Ele (Deus) criou o universo em seis dias (literais/de 24 horas) e no sétimo dia
descansou. Por fim, a conceito de dia como sendo de um período de 24 horas está
previsto em Gn 1: 4,5, onde Deus faz a divisão do dia entre o dia e a noite,
período de 24 horas.
2.11. Deus
triuno: O livro de Gênesis apresenta Deus como sendo único, ou
seja, não há outro Deus além Dele. Porém, o relato da criação aponta para a
doutrina da trindade, ou seja, que Deus é uma unidade composta, consistente,
através da luz lançada pelo Novo Testamento, com a pessoa do Pai, Filho e
Espírito Santo. É interessante notar que a palavra Deus nos capítulos 1 ao 3 é
o termo hebraico “Elohim” que é a forma plural de “Eloah”, ou seja, indica uma
pluralidade dentro da divindade, em outras palavras, indica que existe uma
pluralidade de pessoas dentro do conceito de Deus, implicando em um Deus
triuno. É importante ressaltar que não são três deuses, mas um único Deus que
subsiste na pessoa do Pai, Filho e Espírito Santo. Outrossim, ao criar o homem,
encontramos a seguinte expressão “E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1:26), ou seja, aqui estão
presentes todas as pessoas da divindade, pois os termos “façamos” e “nossa”
indica que mais de uma pessoa participou do processo de criação do homem e,
neste caso, não pode se referir a anjos, pois anjos não possui poder criativo,
somente Deus. A partir do capítulo 4, do livro de Gênesis, Moisés deixa de usar
o termo “Elohim” e passa a usar o termo “Eloah” para se referir a Deus, indicando
a ação específica de uma das pessoas da trindade.
2.12.
Tipologia no livro de Gênesis: Encontramos diversas mensagens
tipológicas no livro de Gênesis, dentre elas: O animal que foi morto por Deus
no Jardim do Édem a fim de providenciar vestimentas para Adão e Eva (Gn 3:21) é
uma representação tipológica da obra expiatória de Cristo, sendo o cordeiro de
Deus que morreu a fim de nos dar vestes novas; A transladação de Enoque, em Gn
5:24, é uma mensagem tipológica que a ponta para o arrebatamento da Igreja,
noiva de Cristo que “andou com Ele”; Igualmente, a arca de Noé aponta para o
livramento do povo de Deus diante da grande tribulação que há de vir sobre todos os homens.
2.13.
Em Gn 6:3, Deus limita a idade do homem para 120 anos? Muitas
pessoas, ao lerem o relato de Gn 6:3, interpretam este relato como se Deus
estivesse limitando a idade do homem para 120 anos, ou seja, o homem não
passaria de 120 anos de idade. Porém, esta interpretação está equivocada a luz
do contexto, pois, em Gn 6:3, Deus não está limitando idade, mas, sim,
estabelecendo 120 anos de tempo para que os homens se arrependessem de seus
pecados e, com isso, evitassem o dilúvio (vide, também, 1Pe 3:20). Desta forma,
Noé construiu a arca em 120 anos. A prova final de que Gn 6:3 não está se
referindo a limite de idade é que, depois do dilúvio, muitas pessoas viveram
acima dos 120 anos, conforme Gn 9:28 e Gn 11:10-27.
2.14.
Os filhos de Deus em Gn 6: Muitos advogam que os filhos de Deus de
Gn 6 são anjos que mantiveram relações sexuais com mulheres humanas e, desta
relação, nasceram gigantes. Contudo, a luz do contexto, o capítulo 6 do livro
de Gênesis fala da corrupção geral da humanidade e, em todo momento, o texto
fala de homens, jamais de anjos (Vers. 1, 3, 5, 6 e 7). Ademais, os filhos de
Deus são colocados em contraste com as filhas dos homens, pois está fazendo
referência aos descendentes de Sete como filhos de Deus, por que mantiveram a
adoração genuína a Deus, em contraste com os descendentes de Caim, chamados de filhos
e filhas do homem (Gn 4 e 5). Ademais, em Mt 22:30, Jesus declara que os anjos
“não se casam e nem se dão em casamento”, termo este que significa que os anjos
não procriam. Ademais, os gigantes relatados em Gn 6 já existiam antes do
capítulo 6 (Gn 6:4) e continuaram a existir depois do dilúvio (Nm 13:33),
indicando que estes gigantes não possuem relação com seres mitológicos que
surgiram da relação sexual entre anjos e mulheres.
2.15.
A torre de Babel: Em Gn 11 encontramos o relato da confusão de línguas no
episódio de construção da torre de Babel. Primeiramente, é preciso destacar que
Deus confundiu as línguas por dois motivos: a) A humanidade não acreditou na
promessa de Deus de que não enviaria outro dilúvio e começou a construir uma
torre a fim de se salvarem diante de um segundo dilúvio; b) A humanidade
deveria povoar todo o planeta, mas, desobedecendo a Deus, se recusaram a povoar
a Terra.
Como
consequência da falta de confiança em Deus e da desobediência da humanidade,
Deus confundiu as línguas do povo, haja vista que falavam todos o mesmo idioma,
e, com isso, passou a surgir vários idiomas. Em Babel, houve confusão das
línguas e separação da humanidade em povos. Contudo, Em Atos 2, de certa forma,
voltamos para Babel antes da confusão, pois, através do derramamento do
Espírito, os homens começaram a falar em novas línguas, idiomas de várias
nações, não com a finalidade de confundir, mas de instruir e unir os servos de
Deus em um único povo, o povo de Deus.
3) PESPECTIVA
CIENTÍFICA DO LIVRO DE GÊNESIS
O
livro de Gênesis é repleto de relatos de intervenção divina, tais como a
criação do universo, a criação do homem, a queda do homem, o dilúvio e a torre
de Babel. Para muitos céticos, o livro de Gênesis não passa de um livro
mitológico, porém, a ciência tem corroborado os relatos bíblicos e confirmado a
autenticidade histórica do livro de Gênesis.
É
nesse sentido que o estudante do livro de Gênesis precisa entender a perspectiva
científica deste livro, pois, esta perspectiva, oferece ao estudante uma série
de fundamentos apologéticos que confirmam a historicidade e inerrância do livro
de Gênesis.
3.1. Criacionismo
Científico e Teoria do Design Inteligente
É comum,
nas escolas e faculdades, os professores céticos alegarem que somente o sistema
evolucionista é confiável e científico, desprezando qualquer evidência de um
universo criado. Porém, deixando a teologia de lado e fazendo uma análise cientifica,
as evidências científicas aponta para um lado diametralmente oposto aos
postulados evolucionistas, pois, as evidências científicas demonstram que o
universo foi criado e, portanto, não surgiu casualmente através de um processo
evolutivo.
Sendo
assim, duas propostas científicas surgem para interpretar as evidências
cientificas a cerca da origem do universo, quais sejam: O Criacionismo
Científico e a Teoria do Design Inteligente.
O
criacionismo científico “propõe que a complexidade encontrada
na natureza é resultante de um ato criador intencional” (LOURENÇO, 2018),
ou seja, o criacionismo científico se propõe em estudar as evidências de
inteligência encontradas na natureza, associando esta inteligência a um
criador.
Já a
Teoria do Design Inteligente, nas palavras do cientista Adauto
Lourenço, “estabelece que causas inteligentes detectáveis empiricamente são
necessárias para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a
complexidade encontrada na natureza” (LOURENÇO, 2018), ou seja, ao analisar
as evidências científicas da origem do universo e da complexidade da vida e da
natureza, é possível perceber que o universo está repleto de informação,
propósito e inteligência, indicando que tais elementos não surgiram casuisticamente,
muito elo contrário, este universo foi criado por uma inteligência superior.
Igualmente,
a ciência tem comprovado que, quanto a origem das espécies, todas foram criadas
ao mesmo tempo e que as variações entre as espécies são nada mais que
microevoluções ou adaptações, porém, inexistem provas cabais de uma
macroevolução ou uma espécie de animal evoluindo para outra espécie de animal
completamente diferente. Tais conclusões científicas corroboram inevitavelmente
o relato de Gênesis, que afirma que Deus criou todos os animais conforme a sua
espécie.
Desta
forma, os criacionistas científicos e os teóricos do design inteligente, a luz
da ciência, questionam:
“A
complexa molécula do DNA não produz informação, nem por si só é informação. Ela
apenas guarda a informação do código da vida na sua estrutura. Qual a origem da
informação guardada pelo DNA? Obviamente não pode ser o DNA”. (LOURENÇO. Como
tudo começou, Pg 229).
“O
universo e tudo que nele há (matéria e energia) são regidos por leis da
natureza. No entanto, matéria e energia (que é tudo o que nós chamamos de
natureza) não produzem tais leis, elas apenas obedecem essas leis. Qual a origem
das leis que regem a natureza? Obviamente não pode ser a própria natureza”. (LOURENÇO.
Como tudo começou, Pg 229).
Para aqueles que dizem que os defensores do
criacionismo não são cientistas e se são, são péssimos cientistas, existiram
vários cientistas criacionistas ao longo da história que provam o contrário,
tais como: Francis Bacon (um dos fundadores do método científico empírico); Galileu Galilei (foi um dos primeiros a propor e comprovar
cientificamente a esfericidade do planeta Terra); Johannes Kepler (responsável por elaborar a lei do movimento
planetário); Blaise Pascal (brilhante matemático); Robert Boyle (um dos fundadores da química); Isaac Newton (astrônomo e físico que elaborou diversas leis
científicas que são a base da ciência moderna); Gregor Mendel (pai da genética); John Dalton (pai da teoria
atômica moderna); uma lista maior pode ser encontrada na pg 238 do livro “Como
tudo começou” de Adauto Lourenço.
3.2. A criação do tempo, espaço e matéria: Cientificamente dizendo, a existência do universo
se estrutura com base em três entidades, quais sejam: Tempo, Espaço e Matéria.
Em outras palavras, para que haja vida biológica é preciso tempo, espaço e
matéria, sem os quais, o universo não existiria.
Pois bem, o que a Bíblia tem a dizer sobre estas
entidades (tempo, espaço e matéria)? Logo no versículo 1 do capítulo 1 do livro
de Gênesis, consta a afirmação irrefutável de que Deus, antes de criar qualquer
outra coisa, criou o tempo, o espaço e a matéria, vejamos:
“No
princípio [tempo] criou Deus o céu [espaço] e a terra [matéria]” (Gn 1:1).
Conforme
destacado acima, a palavra “princípio” decorre da palavra hebraica “re’shiyth”
que significa início de tempo, começo ou princípio. Desta forma, Deus criou o
tempo. Já a palavra “céu” vem da palavra hebraica “shamayim” que significa
universo visível, indicando que Deus criou o espaço. Por fim, temos a afirmação
de que Deus criou a terra e, obviamente, esta palavra “terra” não está fazendo referência
ao planeta terra, pois este estava sem forma e vazio no versículo 2. A palavra “terra”
do versículo 1 vem da palavra hebraica “erets” e traz a ideia de algo diferente
do espaço e que existe nele. Desta forma, Deus criou a matéria.
Sendo
assim, bem antes da ciência descobrir a funcionalidade do tempo, espaço e
matéria, o livro de Gênesis de mostrava ser Deus o criador de tais entidades.
3.3.
A luz do 1º dia em contrates com a luz do 4º dia: Muitos
céticos afirma haver contradição na Bíblia, haja vista que, aparentemente, Deus
havia criado a luz no primeiro dia e, contraditoriamente, afirma que a luz foi
criada no quarto dia. Porém, os céticos erram na premissa de que a luz do
primeiro dia é a mesma luz do quarto dia.
Em
Gn 1:3 está escrito: “E disse Deus: Haja luz; e houve luz”. Isto no
primeiro dia. Porém, em Gn 1:14-19, está registrado que Deus criou o
sol, a lua e as estrelas no quarto dia. Desta forma, que luz era aquela do
primeiro dia, sendo que o sol só foi criado no quarto dia?
Pois
bem, a luz do primeiro dia é o que a ciência chama de luz cósmica ou “energia
manifesta em forma de radiação eletromagnética” (luz infravermelha; ultravioleta;
raios-x, radiação gama e ondas de rádio e microondas). Esta energia/luz é
anterior as estrelas e os corpos celestes (LOURENÇO, 2018).
Muitas
pessoas pensam que a luz visível só pode existir se houver estrelas que emitem
energia e luz, tais como o sol. Contudo, tal pensamento é equivocado, pois,
cientificamente dizendo, luz visível existe no espaço independente das estrelas
e, na verdade, a luz primordial venho antes do surgimento das primeiras estrelas,
através de energia na forma de radiação eletromagnética.
Desta
forma, a ciência tem corroborado o relato bíblico, pois, o livro de Gênesis afirma
que primeiro Deus criou a luz, energia na forma de radiação eletromagnética,
para, depois, criar os corpos celestes e estrelas, no quarto dia.
3.4. DNA mitocondrial e a origem da humanidade: Em Gênesis 1:26 e 2:7 lemos que Deus criou o
homem, conforme sua imagem e semelhança, do pó da terra. Desta forma, a Bíblia
assevera que todos os seres humanos descendem de um único casal de seres
humanos.
Todo ser humano possui o chamado DNA mitocondrial
(mtDNA) e este DNA mitocondrial é passado de uma pessoa para outra através da
mãe e não do pai.
Conforme relata o Dr. Adauto Lourenço:
“A Dra. Rebecca estudou o DNA mitocondrial de 147
indivíduos, das cinco populações geográficas do nosso planeta e concluiu que
todos estes indivíduos, representantes de todos os grupos de seres humanos, possuíam
um DNA mitocondrial idêntico” (LOURENÇO; Gênesis 1 e 2; pg. 194).
A descoberta da Dra. Rebecca, conforme registrado
acima, chegou à conclusão de que todos os seres humanos vieram de uma única
mulher, corroborando Gn 3:20 onde lemos: “E
chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes”.
Outrossim, a existência do cromossomo Y, que é o cromossomo
que é passado do homem para o filho homem, comprova que todos os seres humanos
descendem de um único homem, que a Bíblia irá chamar de Adão.
3.5. A pangeia ou continente primordial: Já consenso na academia científica que o planeta tinha,
nos seus primeiros anos de idade, um único continente, chamado de Pangeia. Mas,
será que a Bíblia fala deste continente? A resposta é sim!
Em Gn 1: “E disse Deus: Ajuntem-se as águas
debaixo dos céus num lugar [oceano]; e apareça a porção seca [pangeia]; e assim
foi”.
É
intrigante notar que Deus cria, primordialmente, não várias porções secas, que
indicaria vários continentes, mas, sim, uma única porção seca, o que indica um
único continente, o pangeia.
Com o
dilúvio, houve um rompimento da crosta terrestre e a formação das chamadas
placas tectônicas. Com o movimento das placas tectônicas, o supercontinente
Pangeia é abruptamente fragmentado, fazendo surgir os demais continentes.
Desta
forma, a ciência está em harmonia com o relato bíblico.
4.
CONCLUSÃO
Sem dúvida alguma, o livro de Gênesis é muito
intrigante, pois estimula o estudante a percorrer um longo caminho de estudo
que passa por uma análise do livro na perspectiva histórica, teológica e
científica. Logo, o livro de Gênesis é historicamente confiável, teologicamente
fundante e cientificamente comprovado.
Que este panorama possa edificar a igreja de
Cristo!
Pb. Diego Natanael
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APOLOGÉTICA,
Bíblia. Instituto Cristão de Pesquisa. São Paulo: Geográfica Editora,
2017.
BUCKLLAND,
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Dicionário Bíblico Universal. São Paulo: Editora Vida, 1999.
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Pentateuco. 4.ed. Goiânia: Editora Seifa, 2008.
GOMES,
David. A Bíblia Responde. Rio de Janeiro: CPAD, 1983.
JUNIOR,
Isaias
Lobão Pereira. A linguagem do Antigo Testamento. Artigo da internet.
LOURENÇO,
Adauto
José Boiança. Gênesis 1 e 2: a mão de Deus na criação. São José dos
Campos, SP: Editora Fiel, 2011.
LOURENÇO,
Adauto
José Boiança. Como tudo começou: uma introdução ao criacionismo. São
José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2007.
_________________________________________
Este material serve de apoio para os professores da Revista da EBD, 2º trimestre, da editora Betel.
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