BIBLIOMANCIA: UMA PRÁTICA ANTIBÍBLICA
BIBLIOMANCIA: UMA PRÁTICA ANTIBÍBLICA
“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá
amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e
depois se desvanece”.
Tiago 4:14
É bastante comum encontrarmos “profetas” que usam a Bíblia de maneira
aleatória para descobrir o futuro de uma pessoa. Esta prática é conhecida como
Bibliomancia.
A Bibliomancia é a prática de adivinhar o futuro de alguém através do
uso indiscriminado e aleatório de livros sagrados e, no contexto cristão, da
Bíblia. A palavra “Bibliomancia” decorre da fusão da palavra “Bíblion”, que
significa “livro”, e “Mancia”, que significa “adivinhação”.
A Bibliomancia consiste no ato do “profeta”, porque não dizer
“adivinho”, abrir aleatoriamente a Bíblia e, através de uma interpretação
esotérica do versículo bíblico escolhido aleatoriamente, prever o futuro ou a
vontade de Deus para alguém.
Muitas igrejas legalizaram esta prática e a utiliza para descobrir a
vontade de Deus. É comum os irmãos procurarem o “profeta” a fim de que ele “tire
um versículo” para elas e, assim, revele seus futuros.
A Bibliomancia não é uma prática realizada apenas por cristãos, mas, também,
por astrólogos. Vejamos o que o site “Astrocentro” considera Bibliomancia:
“Considerado como um oráculo poderoso, a
bibliomancia não está apenas limitada à consulta da Bíblia sagrada, como você
pode ver. Mesmo porque a palavra “bibliomancia” em grego significa “livro”
(biblion) e “adivinhação” (mancia). Desse modo, essa é um instrumento de
vidência assim como o baralho cigano, as runas, os cristais ou o tarot” (acessado em: https://www.astrocentro.com.br/blog/oraculos/bibliomancia/).
Desta forma, a Bibliomancia está na mesma lista das outras práticas de
adivinhação, dentre elas a: Quiromancia (adivinhar o futuro através da leitura
das mãos); Necromancia (adivinhar o futuro através de restos mortais);
Cleromancia (adivinhar o futuro através de cartas de baralho).
Logo, esta prática é heterodoxa e, portanto, heresia! A Bibliomancia é
destituída de qualquer fundamento bíblico e teológico, sendo uma prática alheia
as Sagradas Escrituras.
POR QUE A BIBLIOMANCIA É HERESIA?
Com o propósito de apresentar os fundamentos bíblicos e teológicos que
condenam a prática da Bibliomancia, passa-se a elenca-los:
1) A PRÓPRIA BÍBLIA CONDENA QUALQUER PRÁTICA DE ADIVINHAÇÃO:
Como dito na introdução deste artigo, a Bibliomancia é a prática de
adivinhação do futuro de uma pessoa através do uso aleatório de versículos
bíblicos. Sendo assim, o “profeta” abri a Bíblia aleatoriamente e se depara com
um versículo bíblico. Em seguida, o mesmo passa a descrever o futuro de uma
pessoa através de uma interpretação descabida do texto.
Esta prática não se limita ao contexto do Cristianismo, mas, de forma
igualmente falsa, era realizada por diversas culturas. Vejamos:
“Curiosamente não é de hoje que essa prática
denominada como bibliomancia é usada. Povos pagãos da antiguidade já tinham
esse costume de abrir por acaso os livros que eles consideravam sagrados com a
intenção de fazer adivinhações. Os gregos e os romanos, por exemplo, faziam algo
parecido. Eles consultavam as obras de Homero e Virgílio na tentativa de fazer
adivinhações e buscar conselhos imediatos.” (CONEGERO, “O que é Bibliomancia?”,
acessado em 26/07/2020).
Como se pode depreender de tudo até aqui dito, a Bibliomancia é uma
flagrante tentativa de adivinhar o futuro. Deste modo, qualquer prática que
visa adivinhar o futuro de alguém é peremptoriamente proibida pela Bíblia,
vejamos:
“Não vos virareis para os adivinhadores
e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor
vosso Deus”. (Lv 19:31).
A Bíblia proibi a busca por aqueles que alegam ter o dom
de adivinhar o futuro.
“Entre ti não se achará quem
faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele
que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu
Deus os lança fora de diante de ti”. (Dt 18:10-12).
Neste texto de Deuteronômio, o próprio Deus veda qualquer relacionamento
entre seus servos e os adivinhadores. É digno de nota que, no texto de Dt
18:10-12, Deus divide a prática de adivinhar o futuro entre os: a) Adivinhadores
(termo genérico para qualquer prática de adivinhação); b) prognosticadores (observadores
do tempo); c) e as práticas de adivinhar o futuro através da consulta aos
mortos (necromancia).
O termo hebraico para a palavra “adivinhador”, no texto de Dt. 18:10, é
“qasam” e, segundo Champlin, significa:
“[...] examinar e interpretar presságios que
dividiriam o falso do verdadeiro, o ‘sim’ do ‘não”. (CHAMPLIN, pg. 93,
2018).
Outro texto bíblico emblemático que condena a prática de adivinhação é
aquele de Atos 16:16-18, vejamos:
“E aconteceu que, indo nós à
oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a
qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes
homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
E isto fez
ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em
nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu”.
O que chama a atenção neste texto é que o jovem, mesmo possuído por um
espírito de adivinhação, proclamava as pessoas que Paulo estava pregando a
mensagem do Deus altíssimo, mas, não obstante, Paulo não se conformou com o
testemunho deste jovem adivinhador, pois, por mais que estava falando a verdade
sobre Paulo, o apóstolo dos gentios sabia que não podia deixar com que os
créditos da mensagem da salvação fossem dados a um adivinhador.
Logo, a Bibliomancia é uma prática de adivinhação e, portanto, deve ser
rejeitada por aqueles que realmente amam a Palavra de Deus e se submetem a ela.
2) DESVIRTUA A FINALIDADE DAS ESCRITURAS SAGRADAS:
A Bíblia possui uma finalidade específica e por ela mesmo expressa,
logo, usar a Bíblia para adivinhar o futuro de alguém é usá-la de maneira
desvirtuosa e, portanto, de maneira herética. A Bibliomancia desvirtua a
finalidade da Bíblia, utilizando-a de maneira aleatória e pagã.
Mas, qual é a finalidade da Bíblia? A própria Bíblia nos dá a resposta sobre
sua teleologia, vejamos:
“Toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir,
para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra”. (2Tm 3:16-17).
Como se pode extrair do texto supracitado, a Bíblia é divinamente
inspirada por Deus, logo sua origem é divina. Assim sendo, sua finalidade é
taxativamente (que não cabe acréscimos) estabelecida, servindo para: a)
Ensinar; b) Redarguir; c) Corrigir; d) Instruir em justiça;
a) Ensinar: A palavra em grego para “ensinar” é “didaskalia” e significa o ensino
formal das doutrinas bíblicas;
b) Redarguir (repreensão): A palavra em grego para “Redarguir” é “elegmos” e significa
o ato de repreender, punir ou reprimir atos que violam a vontade de Deus
expressa nas Sagradas Escrituras. É digno de nota que todas as supostas
previsões daqueles que praticam a Bibliomancia são boas, ou seja, são previsões
de bençãos, prosperidade, coisas boas, mas, nunca preveem coisas ruins, não
preveem as vidas pecaminosas daqueles que brincam com Deus, não preveem a
correção divina, só veem bençãos;
c) Corrigir: A palavra em grego para “Corrigir” é “epanorthosis” que significa aprimoramento.
Desta forma, a Palavra de Deus possui como finalidade a correção que conduz ao
aprimoramento dos crentes;
d) Instruir em justiça: A palavra em grego para “instruir” é “Paideia” e significa
educação ou treinamento geral. Desta forma, a Palavra de Deus possui a
finalidade de treinamento ou educação naquilo que é reto/justo.
No texto de 2Tm 3:16-17 não consta a finalidade “prognosticar” ou
“adivinhar” o futuro. Logo, atribuir à Bíblia finalidade diversa daquelas
apresentadas pela mesma constitui uma prática herética e, por isso, a Bibliomancia
deve ser rejeitada como prática cristã.
3) O “PROFETA” CONTROLA O PODER DE PREVER O FUTURO ATRAVÉS DAS
ESCRITURAS:
Outro problema envolvendo a Bibliomancia é que o “profeta” pode
controlar o poder de prever o futuro através da Bíblia, pois pode consulta-la
quando quiser. Em outras palavras, a previsão do futuro não acontece de maneira
divina, mas, sim, acontece quando bem quiser o “profeta”.
Para exemplificar, todas as vezes que alguém pede para que o “profeta”
“tire um versículo” para ela, o prognosticador rapidamente realiza a consulta e
prever o futuro. Neste caso, o suposto dom de prever o futuro através das
Escrituras pode ser manipulado pelo “profeta” a fim de utilizá-lo quando
desejar.
O problema disto é que os dons espirituais não podem ser utilizados
quando o homem quer, mas, sim, quando Deus quer! Os que têm dom de variedade de
línguas, não falam em línguas quando querem, mas, sim, quando Deus quer. Os que
têm dom de cura, não curam quando querem, mas, sim, quando Deus quer. Mesmo que
uma pessoa implore para que o profeta profetize seu futuro, se Deus não desejar
falar, o profeta jamais conseguirá falar genuinamente em nome do Senhor!
Na Bibliomancia não é Deus quem usa o “profeta”, mas, sim, o “profeta”
que tenta usar Deus a fim de prever o futuro das pessoas.
Não se pode usar a Bíblia para prever o futuro, e, mesmo que pudesse, a
pessoa não poderia fazer isto quando bem quisesse, mas, somente, quando Deus
decidisse usá-la assim.
Em 1Co 12:11 está escrito:
“Mas um só e o mesmo
Espírito que opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada
um como quer”
Quem opera a realização dos dons é o Espírito Santo,
logo, os dons são de uso condicionado a vontade de Deus e não do homem. Em
outras palavras, os dons estão condicionados a vontade do doador (Espírito
Santo) e não do recebedor (crente).
Ademais, a capacidade de prever o futuro através das
Escrituras não se encontra no rol dos dons espirituais de 1Co 12.
A Bibliomancia, portanto, promete o uso indiscriminado
desta suposta capacidade de prever o futuro através das Escrituras. Logo, toda
pessoa que diz poder usar o dom quando bem quiser estará mentido, pois os
verdadeiros dons espirituais são usados de acordo com vontade de Deus e não do
homem.
4) A BÍBLIA NÃO É DE INDIVIDUAL INTERPRETAÇÃO:
A base da Bibliomancia é a aleatoriedade, ou seja, a pessoa escolhe
aleatoriamente um versículo bíblico e, em ato contínuo, ela passa a
interpretá-lo à sua maneira.
O prognosticador escolhe aleatoriamente um versículo e, depois, passa a
realizar uma interpretação daquele texto de maneira esotérica para, assim, supostamente
prever o futuro de alguém. Se o texto escolhido aleatoriamente, por exemplo,
fala da graça salvadora, o “profeta” interpreta o texto como se Deus estivesse
dizendo para aquela pessoa, destinatária da previsão, que ela seria próspera,
receberia uma benção material, que ela entraria em gestação, ou outra coisa do
tipo.
A Bibliomancia conduz, inexoravelmente, a uma eisegese. Pois, o
interprete impõe ao texto bíblico, escolhido aleatoriamente, elementos e
conceitos que o texto não traz em seu conteúdo e nem em seu contexto. Em outras
palavras, o “profeta” interpreta o texto impondo sua própria ideia e
desconsiderando as informações e conceitos que de fato estão no texto.
Champlin, em sua obra “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia”,
nos fornece o conceito de eisegese, vejamos:
“Eisegese, pois, consiste em injetar em um texto,
alguma coisa que alguém deseja que esteja ali, mas que, na verdade, não faz
parte do mesmo. Em outras palavras, quem usa de eisegese força o texto,
mediante várias manipulações, fazendo com que uma passagem diga o que na
verdade não se acha ali”. (CHAMPLIN, Vol. 2, pg. 311, 2008).
É exatamente isto que a Bibliomancia faz, força o texto bíblico a dizer
o que na verdade ele não diz. Isto é heresia!
A Bíblia nos ensina que as Escrituras Sagradas não são de particular
interpretação, vejamos:
“Sabendo primeiramente isto:
que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
(2Pe 1:20,21).
O que o Apóstolo Pedro está ensinando é que a Bíblia não
pode ser interpretado de qualquer maneira, de forma aleatória. As Sagradas Escrituras
não podem ser interpretadas de tal forma que o intérprete imponha ao texto
elementos e convicções particulares e, assim, viole completamente o texto
bíblico.
A correta interpretação do texto exige uma exegese.
Em contraste com a eisegese, característica própria da Bibliomancia, o
verdadeiro cristão, que ama as Escrituras Sagradas, realiza uma exegese, ou
seja, ele extrai do texto tudo aquilo que de fato se encontra no texto. A
exegese faz com que o cristão seja edificado pela Palavra de Deus, pois o cristão
não obriga o texto a dizer o que ele quer ouvir, mas, sim, o que o texto de
fato quer falar.
Não negamos que Deus fale através da sua Palavra, mas, Deus fala através
de uma leitura coerente (exegese) e não aleatória (eisegese)!
Logo, a Bibliomancia corrompe o texto sagrado e, por isto, deve ser
rejeitada como prática cristã.
5) NO ANTIGO TESTAMENTO USAVAM O URIM E TUMIM, MAS NUNCA AS ESCRITURAS:
No período veterotestamentário, os israelitas usavam o Urim e Tumim a
fim de saber qual é a vontade de Deus em determinadas situações (Ex 28:30; Lv
8:8; Nm 27:21; Dt 33:8; 1Sm 28:6), mas NUNCA usaram a Torá (a versão Hebraica
do Pentateuco) para tal finalidade.
Se a Bíblia pudesse ser usada para adivinhar o futuro, Deus jamais
mandaria os hebreus construírem o Urim e Tumim, mas, sim, ordenaria que usassem
as Escrituras Sagradas para tal finalidade. Contudo, Deus jamais autorizou o
homem a utilizar as Escrituras Sagradas para adivinhar o futuro, pois esta
possui um propósito muito mais sublime (2Tm 3:16).
Esclarece que, no período neotestamentário, tanto o Urim quanto o Tumim perderam
sua finalidade, pois neste Novo Testamento Deus passa a revelar sua vontade
através do evangelho de Cristo, lido e interpretado de maneira coerente, e
através dos dons espirituais que sempre são manifestos dentro dos limites da própria
Bíblia.
Logo, a Bibliomancia nunca foi uma prática sancionada por Deus ou pelos
seus escolhidos.
6) A BÍBLIA NÃO NOS RECOMENDA A BUSCAR AS PROFECIAS:
A Bíblia não nos recomenda a correr atrás de profecias, mas promete que
quando Deus desejar falar ele irá até o crente, usando um profeta ou falando
pessoalmente.
O problema da Bibliomancia é que, geralmente, as pessoas correm atrás
daqueles que supostamente têm a capacidade de adivinhar o futuro através das
Escrituras. Pessoas fazem filas para que o “profeta” “tire um versículo” para
elas, pois, no seu íntimo, querem ouvir algo de bom que supostamente venha de
Deus. Não é Deus quem usa o “profeta” para entregar uma mensagem para alguém,
mas é a pessoa que corre, desesperadamente, atrás do “profeta” para que o “profeta”
use Deus para falar com elas. Diante disto, é preciso perguntar: Se Deus
realmente desejar falar com você, você acha que precisará correr atrás de profeta?
Deus não poderia usar alguém ou falar pessoalmente com você a fim de revelar
sua vontade, sem que você procure especificadamente alguém? Você realmente acha
que pode forçar Deus a falar com você só porque você foi consultar um “profeta”
que pratica a Bibliomancia?
Preste atenção. A Bíblia diz que somos sacerdotes reais (1Pe 3:9) e, em decorrência
disto, nós temos acesso direto a presença de Deus e, por isso, não necessitados
de mediadores (seja profetas, sacerdotes, etc.) para ouvir a voz de Deus e
saber sua vontade para nós. Se deseja realmente saber a vontade de Deus para
sua vida, tenha uma vida de oração e leitura da Palavra de Deus, pois somente assim
conhecerás os propósitos de Deus para sua vida!
Ademais, se Deus desejar falar com você, fique tranquilo, não precise
correr atrás de profeta, Deus irá até você!
Não precise consultar o “amanhã” de sua vida de maneira aleatória, pois,
Deus está no controle de sua vida.
“Não vos inquieteis, pois,
pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada
dia o seu mal”. (Mt 6:34).
O perfil daqueles que correm atrás da prática da
Bibliomancia é de pessoas que se inquietam com o dia de amanhã, pois não
conseguem sentir segurança em Cristo. Diante disto, elas vivem correndo atrás
de “profetas” que revelem seus futuros.
Creio que Deus fala em profecia, mas não através de uma
leitura aleatória e esotérica da Bíblia.
A Bibliomancia estimula a idolatria ao “profeta” e a busca desenfreada
por profecias que satisfaçam o ego das pessoas.
7) A EXPERIÊNCIA NÃO SE IGUALA A BÍBLIA:
Quando aqueles que praticam ou consulta os que praticam a Bibliomancia
ouvem que esta prática é antibíblica, logo lançam o seguinte argumento: mas,
tudo o que o “profeta” falou aconteceu, logo esta prática só pode ser de Deus!
Ledo engano! A experiência, por mais positiva e real que pareça, não
pode ser fundamento para nossas crenças. A Bíblia é a nossa única regra de fé e
prática, sola scriptura. Nossas experiências não estão no mesmo nível da
Bíblia, ou seja, não podemos canonizar nossas experiências e, assim, construir
crenças as margens da Bíblia. Se nossas experiências não possuem fundamento
bíblico, por mais real que sejam, não podem ser o único fundamento para nossas
crenças.
É exatamente a Bíblia que julga nossas experiências, dizendo o que é
certo e o que é errado. Por que podemos dizer, com toda certeza, que as
previsões do futuro realizada pelas “mães de santo”, através do tarot, são
antibíblicas e, portanto, falsas? Porque a Bíblia condena tal prática! A Bíblia
é o nosso único parâmetro da Verdade. Por mais que as pessoas digam que as
previsões do horóscopo acertaram, sabemos que tais experiências são enganosas,
porque não possuem fundamento bíblico. Deste modo, se podemos julgar estas
práticas a luz da Bíblia, por que não podemos julgar a Bibliomancia a luz da
Palavra de Deus? Por que não podemos julgar nossas experiências a luz da Bíblia?
Nossas experiências devem estar subordinadas as Escrituras Sagradas,
encontrando nelas fundamento espiritual e doutrinário. Deus usa em profecia,
mas nunca através de uma leitura aleatória da Bíblia.
Deus usa as pessoas da maneira que ele desejar, mas Deus nunca usará alguém
de maneira diversa daquelas expostas na Bíblia, pois ela é a Palavra de Deus
inspirada por Ele.
A própria Bíblia nos recomenda a lançarmos nossas ansiedades e temores
ao Senhor, porque ele é o único que conhece o nosso futuro e, portanto, é capaz
de nos conduzir em segurança.
“Lançando sobre ele toda a
vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7).
O verdadeiro cristão não precisa temer o futuro ou buscar
conhece-lo por meio da Bibliomancia ou qualquer outro modo de adivinhação, pois
ele entrega seu futuro ao Senhor, confiando que Deus o guiará.
Mesmo que sua experiência com a Bibliomancia tenha sido
real e positiva, não a torne doutrina ou uma prática cristã que deva ser
seguida, pois somente a Bíblia pode estabelecer doutrinas e práticas para a
Igreja do Senhor. Sola Scriptura!
8) CONCLUSÃO
A Bibliomancia é, portanto, a luz das Escrituras
Sagradas, uma prática antibíblica e, assim, herética. Como tal, esta prática
deve ser rejeitada por aqueles que ainda não tiveram contato com ela e
abandonada por aqueles que mantém contato com a prática da Bibliomancia, pois
esta prática se constitui em uma paganização da Bíblia e desvirtuamento da natureza
teleológica das Escrituras Sagradas.
No texto de 2Tm 3:16-17 não consta a finalidade “prognosticar” ou
“adivinhar” o futuro. Logo, atribuir à Bíblia finalidade diversa daquelas
apresentadas pela mesma constitui uma prática herética e, por isso, a Bibliomancia
deve ser rejeitada como prática cristã.
Pb. Diego Natanael.
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Presbítero Diego, excelente texto!
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