6 PONTOS A FAVOR DA EXPIAÇÃO ILIMITADA



A doutrina da expiação é ensinada de Gênesis a Apocalipse, e dela se depreende que o homem, após a queda, nasce pecador e, portanto, está morto em seus pecados e delitos (Ef 2:1-8). Em decorrência desta morte espiritual, a humanidade foi destituída da presença de Deus (Rm 3:23) e, portanto, carece da intervenção divina a fim de que ocorra o restabelecimento da relação entre Deus e os homens (1Tm 2:5). Desta forma, o homem necessita de expiação dos seus pecados a fim de que possa ser salvo e, por consequência, se relacionar com Deus, pois “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9:22).

A Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, escrita por R.N Champlin, traz uma valiosa informação sobre o papel do sangue na expiação, vejamos:

“Sabemos que os antigos povos semitas, e não apenas os hebreus, aceitavam que o sangue é a vida da carne, e que, por essa razão, o sangue servia de expiação. (Ver Lv. 17:11). Os intérpretes argumentam se a expiação seria obtida pela vida perdida pela vítima, ou por sua morte (pois o sangue era capaz de representar ambos esses aspectos). E a maioria prefere pensar na morte. Porém, não vejo como poderíamos separar duas idéias inseparáveis. A vítima oferecia sua vida, quando morria. Além disso, há o conceito de que a vida está no sangue, e que o sangue, vertido quando do sacrifício, fornecia seu valor expiatório” (A Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, pg 655 e 656).

No período veterotestamentário, Deus estabelece as leis cerimoniais relacionadas a expiação dos pecados do povo de Israel. Existia o dia da Expiação, onde o sumo sacerdote sacrificava o cordeiro expiatório e o cordeiro emissário a fim de que Deus perdoasse os pecados da nação de Israel (Lv 16).

Porém, tais sacrifícios eram precários e temporários, exigindo que ano após ano fosse sacrificado um cordeiro a fim de expiar os pecados do povo.

Já no período neotestamentário, ocorre uma mudança de paradigma, ou seja, a expiação por meio de sacrifícios de animais foi substituída pela expiação promovida pelo sacrifício perfeito e definitivo de Jesus (Hb. 10:1-18). O sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (1Jo 1:7-9) e, agora, não há mais necessidade de sacrifícios, pois Jesus é a “propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 2:2).

A expiação produz a pacificação da ira de Deus, pois diante da natureza corrompida humana e dos consequentes pecados perpetrados pela humanidade, a santidade e justiça divina exigia punição pelos pecados humanos (Rm 3:25).

Contudo, ao mesmo tempo, o amor e a bondade de Deus desejava salvar os pecadores e, para tanto, Deus providenciou a eterna expiação pelos nossos pecados: seu Filho unigênito (Jo 3:16).

Mas, diante da obra expiatória de Cristo, pergunta-se: Jesus morreu a fim de expiar os pecados de todos os homens ou somente dos eleitos?

A doutrina da expiação ilimitada ensina que Jesus morreu a fim de salvar todos os homens de todas as épocas. Dessa forma, a expiação de Cristo é ilimitada quanto a intenção, pois, ao morrer na cruz, Jesus desejava salvar todos os homens. No entanto, a expiação é, também, limitada quanto a aplicação, pois, apesar de Jesus morrer por todos os homens, Ele condicionou a salvação a livre manifestação de fé e arrependimento do pecador para com Deus, ou seja, Ele morreu por todos, mas só salva quem crer na obra expiatória e se arrepende de seus pecados.

Diante de tudo até aqui dito, elenca-se seis pontos a favor da doutrina da expiação ilimitada:

1) A VONTADE SOBERANA DE DEUS E SUA VONTADE UNIVERSAL PARA SALVAÇÃO

A Bíblia nos revela que Deus é onipotente, pois detém todo o poder e poder absoluto (inquestionável, intransferível e essencial). Em decorrência da onipotência, Deus possui vontade soberana e, por isso, tudo o que Deus deseja fazer, Ele faz sem a necessidade de submeter seus intentos a aprovação de alguém, haja vista que Ele possui todo o poder e não necessita de ninguém, além de si mesmo, para realizar sua vontade (Jó 42:1-2; Is 43:13).

Sendo Deus soberano, segue-se que toda liberdade e vontade humana está submetida à vontade suprema e inquestionável de Deus.

Neste esteio, foi exatamente Deus, no exercício de sua vontade soberana, quem criou o homem a fim de se relacionar com ele, mesmo sabendo de antemão da sua queda. Foi a vontade soberana de Deus que providenciou salvação para o homem que havia sido destituído de sua presença (Rm 3:23).

Sabendo que a vontade de Deus é soberana, quando falamos da salvação do homem, precisamos perguntar: Qual é, segundo a Bíblia, a vontade de Deus com relação a salvação da humanidade? Deus deseja salvar todos os homens ou somente alguns?

A Bíblia é expressamente clara ao dizer que Deus, por sua vontade soberana, deseja a salvação de TODOS OS HOMENS!

1Tm 2:3 e 4 – Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. (grifo nosso).

No texto citado acima, Paulo estabelece o princípio da vontade universal de Deus para a salvação, ou seja, Deus deseja a salvação de todos os homens e não somente de alguns.

Como podemos ver, o apóstolo Paulo ensina de forma explicita que Deus deseja a salvação de todos os homens. Logo, por sua vontade soberana, Deus envia Jesus a fim oferecer expiação por todos os homens.

Igualmente, diante da vontade universal de Deus para a salvação, o apóstolo João apresenta Jesus como sendo a propiciação pelos pecados de todos os homens, vejamos:

1Jo 2:2 - “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”. (grifo nosso).

Ademais, Jesus é apresentado por Paulo como sendo salvador de todos os homens, vejamos:

1Tm 4:10 – “Porque para isto trabalhamos e somos injuriados, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis”. (grifo nosso).

Alguns calvinistas alegam que, como a vontade de Deus é soberana, se realmente Deus deseja salvar todos os homens, logo todos os homens deveriam ser salvos, pois ninguém pode frustrar os planos divinos. Contudo, quando a Bíblia fala da vontade universal de Deus para a salvação e da expiação ilimitada, ela não está ensinando uma salvação universal (heresia ensinada por Orígenes). Pois, a Bíblia ensina que ao mesmo tempo que Deus deseja salvar todos os homens, esse mesmo Deus desejou condicionar a salvação a livre manifestação de fé e arrependimento do pecador.

Desta forma, Deus enviou Jesus a fim de oportunizar a salvação a todos os homens, sendo certo que somente aqueles que, após a ação da graça preveniente, decidirem se submeter a graça salvadora serão salvos efetivamente por Deus.

Assim sendo, todos têm oportunidade de serem salvos pela graça, contudo, muitos perecerão não porque Deus não os escolheu, mas porque escolheram rejeitar a graça salvadora de Deus.

Logo, a expiação é ilimitada, haja vista a vontade de Deus de salvar todos os homens.

2) O AMOR DE DEUS SE MANIFESTOU SOBRE O MUNDO:

A Bíblia ensina que Deus amou salvificamente todos os homens, ou seja, Deus enviou Jesus, a fim de ser expiação, por amar de tal maneira o mundo.

Em João 3:16-17 lemos esta verdade:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”.

A palavra “mundo” no texto de Jo 3:16-17, decorre da palavra grega “Cosmo” que, por sua vez, significa a generalidade dos homens, ou seja, “mundo” significa toda a humanidade.

O texto do evangelho de João deixa claro que Jesus veio morrer pelo MUNDO a fim de salvar o MUNDO. Logo a expiação é ilimitada.

3) A GRAÇA DE DEUS SE MANIFESTA A TODOS OS HOMENS:

Corroborando a vontade universal de Deus para a salvação, a Bíblia ensina que, quando Jesus morreu na cruz, sua morte vicária fez com que a graça salvadora de Deus se manifestasse a todos os homens a fim de oportunizar salvação a todos.

Tt 2:11 –Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens”.

Assim sendo, se a graça salvadora de Deus se manifestou a todos os homens, segue-se que Jesus morreu por todos os homens e, por isso, a expiação é ilimitada.

4) A EXPIAÇÃO DE CRISTO TEM A FINALIDADE DE SALVAR OS PECADORES:

Em Lc 5: 32, Jesus diz que veio a fim de salvar os pecadores, vejamos:

“Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento”.

Desta forma, Jesus ensina que sua obra expiatória tinha como alvo os pecadores. Sabendo disto, pergunta-se quem são os pecadores?

Paulo responde a esta pergunta em Romanos 11:32:

“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia”. (grifo nosso).

Logo, considerando que Jesus veio salvar todos os pecadores e que, por isso, ele encerrou TODOS debaixo do pecado a fim de usar de misericórdia para com TODOS, segue-se que Jesus não veio morrer apenas pelos eleitos, mas por todos os homens e, assim, a expiação é ilimitada.

5) A MENSAGEM PARA O ARREPENDIMENTO É PARA TODOS OS HOMENS:

Sabendo que Deus deseja a salvação de todos os homens, pois ama todos os homens e manifestou sua graça a todos os homens, após a obra expiatória de Cristo, Deus convoca TODOS os homens para que se arrependam de seus pecados e sejam salvos.

Atos 17:30 – “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam”. (grifo nosso).

2 Pe 3:9 – “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. (grifo nosso).

Nos textos supracitados, Deus convoca todos os homens ao arrependimento. Assim, a convocação é geral, mas, ao mesmo tempo condicionada. Geral, pois Deus chama a todos os homens; Condicionada, pois Deus exige arrependimento.

Assim sendo, se Deus exige arrependimento de TODOS os homens, conclui-se que Jesus morreu por TODOS os homens e, assim, a expiação é ilimitada.

6) A GRANDE COMISSÃO IMPÕE PREGAR O EVANGELHO A TODOS OS HOMENS:

Após sua morte e ressurreição, Jesus estabelece a grande comissão evangelística para a Igreja, vejamos:

Mc 16:15,16 –E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. (grifo nosso).

Considerando que Deus deseja a salvação de todos os homens, Jesus outorga a Igreja a responsabilidade de pregar o evangelho da salvação a todos os homens e em todo o mundo.

Assim sendo, a mensagem de salvação para todos os homens, pressupõe o ensino de que Cristo morreu por todos os homens, pois, de outra maneira, Deus não teria mandado pregar o evangelho a todos os homens, mas somente aos eleitos.

É importante destacar que, o evangelho deve ser pregado a todos os homens, pois a finalidade é oportunizar salvação a todos. Contudo, o texto de Marcos diz que só serão salvos aqueles que livremente crerem na obra expiatória de Cristo, tornando a expiação ilimitada e a salvação condicionada.

Logo, se o evangelho deve ser pregado a todos os homens, a expiação é parte essencial do evangelho e, por isso, ela é ilimitada.

CONCLUSÃO:

A doutrina da expiação ilimitada é bíblica e, genuinamente, compatível com o caráter de Deus.

Wiley, teólogo arminiano, resume de forma esclarecedora a doutrina da expiação ilimitada, vejamos:

“A expiação é universal. Isto não significa que toda a humanidade será salva incondicionalmente, mas que a oferta sacrificial de Cristo até certa extensão satisfez as reivindicações da lei divina para tornar a salvação uma possibilidade para todos. A redenção, portanto, é universal ou geral no senso provisional, mas especial ou condicional em sua aplicação ao indivíduo”. (Wiley apud Olson, Teologia Arminiana: Mitos e realidade, pg. 83).

Jesus morreu por mim, por você e por todos os homens. GLÓRIA A DEUS!!!

Pb. Diego Natanael.

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