OS 4 PONTOS DO PENTECOSTALISMO CLÁSSICO
Muitos
teólogos reformados acusam o movimento pentecostal de não possuir uma
identidade teológica, mas será que eles têm razão?
Desde seu
surgimento, o movimento pentecostal clássico estabeleceu um padrão doutrinário
que fixou sua identidade teológica dentro do protestantismo. A base teológica e
doutrinaria do Pentecostalismo se consubstancia no chamado “evangelho
quadrilátero” que se resume na famosa confissão de fé:
“Só
Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e breve voltará!”
Esta
declaração de fé era a base da mensagem pentecostal clássica no seu surgimento
e continua sendo até os dias de hoje.
Esta
confissão de fé revela a base doutrinária do Pentecostalismo e a principal
característica desta base doutrinária é a sua mensagem cristocêntrica, evidenciando
o papel do Espírito Santo, no seio do movimento pentecostal, de nos revelar
Cristo – Jo 16:13-14.
A base
doutrinária e, portanto, teológica do pentecostalismo é composta de 4 verdade
ou pontos bíblicos, quais sejam: 1) Jesus salva; 2) Jesus cura; 3) Jesus batiza
no Espírito Santo; 4) Jesus breve vem.
Estes
4 pontos pressupõem uma série de doutrinas bíblicas que o movimento pentecostal
clássico sempre teve como parte de seu sistema doutrinário e teológico,
vejamos:
1) SÓ
JESUS SALVA:
Ao
afirmar que só Jesus salva, o movimento pentecostal clássico enfatizava que a
salvação não pode ser adquirida pelos esforços pessoais do pecador, mas sim
pela obra expiatória de Jesus.
Desta
forma, o movimento pentecostal sempre creu e pregou a salvação pela graça de
Deus, condicionada unicamente a fé ao arrependimento do pecador.
Igualmente,
o movimento pentecostal clássico, ao dizer que só Jesus salva, tinha em mente
os 5 solas da reforma protestante, quais sejam: somente a graça, somente a fé,
somente Cristo, somente as Escrituras e somente a Deus toda a glória.
O
movimento pentecostal clássico enfatizava a salvação pela graça de Deus e que a
fé é a causa instrumental da salvação. Não obstante, Jesus é a causa meritória
da salvação do homem e a Bíblia é a única regra de fé e prática dos cristãos.
A
pregar que só Jesus salva, o pentecostalismo clássico sempre creu na expiação
ilimitada, ou seja, o pentecostalismo crer que Jesus morreu por todos os homens
e, por isso, todos tem a oportunidade de serem salvos por Cristo se crerem no
Senhor Jesus e se arrependerem de seus pecados. Que se Jesus morreu por todos
os homens, é preciso que o evangelho seja pregado a todos os homens a fim de
que tenham oportunidade de serem salvos.
Logo,
a expressão “só Jesus salva” revela que o pentecostalismo clássico sempre
confessou todas as doutrinas fundamentais professadas pelos protestantes.
2) SÓ
JESUS CURA:
Desde
o início, o movimento pentecostal enfatizava que Jesus ainda curava os doentes
através dos crentes fieis. A expressão “só Jesus cura” revela que o
pentecostalismo clássico sempre creu na contemporaneidade dos dons espirituais
e, portanto, o movimento pentecostal sempre foi continuísta.
Enquanto
a teologia reformada ensinava a cessação dos dons espirituais extraordinários
(dom de cura, variedade de línguas, interpretação de línguas, profecias, etc),
o pentecostalismo sempre ensinou que todos os dons espirituais, incluindo os
extraordinários, sempre estiveram disponíveis para os crentes ao longo da
história da Igreja e que, nos dias de hoje, Jesus ainda concede tais dons aos
crentes de acordo com sua vontade.
O
Pentecostalismo, ao dizer que “só Jesus cura”, crer que os dons espirituais são
concedidos somente por Jesus e, portanto, o crente é apenas um instrumento de
Cristo a fim de que o mesmo realize sua obra salvadora.
Por fim, o pentecostalismo clássico crer que o
Batismo no Espírito Santo potencializa os dons espirituais.
3) SÓ
JESUS BATIZA NO ESPÍRITO SANTO:
Para o
pentecostalismo clássico, o batismo no Espírito Santo é uma experiência
disponível apenas para os salvos por Cristo e que esta experiência é um
revestimento de poder destinado a capacitar a Igreja a cumprir seu papel
missiológico.
O
movimento pentecostal sempre ensinou que o batismo no Espírito Santo é uma
experiência distinta e posterior a regeneração, ou seja, o revestimento de
poder é uma experiência diferente da regeneração e que acontece em momento
posterior a regeneração do pecador. Esta crença é chamada de doutrina da
subsequência do batismo no Espírito Santo.
Igualmente,
para o pentecostalismo clássico, o Batismo no Espírito Santo é acompanhado de
uma evidência física inicial obrigatória, qual seja: Falar em línguas
estranhas.
Desta
forma, o movimento pentecostal clássico, ao enfatizar que só Jesus batiza no
Espírito Santo, sempre ensinou que é possível que o crente salvo tenha uma
experiência direta e pessoal com Deus que culmina no revestimento de poder que
capacita o crente a fazer a obra do Senhor com mais ousadia e poder.
4)
JESUS BREVE VEM:
O
movimento pentecostal clássico sempre adotou o dispensacionalismo como a sua
forma de entender o plano de salvação elaborado por Deus. Assim sendo, o
pentecostalismo clássico sempre creu na doutrina da iminência do arrebatamento,
ou seja, o movimento pentecostal sempre creu que a volta de Jesus é iminente e
que, portanto, Jesus pode voltar a qualquer momento.
Em
decorrência da crença na iminência do arrebatamento, o pentecostalismo adotou a
doutrina do Pré-tribulacionismo, crendo que o arrebatamento da Igreja se dará
antes do início da grande tribulação.
Desta
forma, crendo na doutrina da expiação ilimitada e na doutrina da iminência do
arrebatamento, o movimento pentecostal vai assumir uma postura evangelística de
urgência, investido todos os seus recursos humanos e financeiros no processo de
evangelização a fim de que todos os homens ouçam o evangelho e tenha a chance
de serem salvos, antes que Jesus volte.
5)
PENTECOSTALISMO CLÁSSICO X NEOPENTECOSTALISMO:
O
pentecostalismo clássico é diametralmente oposto ao neopentecostalismo quanto a
sua confissão de fé e sua identidade teológica. Como exposto, o pentecostalismo
clássico possui uma base teológica e doutrinária genuinamente bíblica e
coerentemente protestante. Já o movimento neopentecostal, infelizmente,
abandonou as bases doutrinárias do pentecostalismo clássico e abraçou um
sistema doutrinário baseado no sincretismo religioso e em uma teologia da
prosperidade moldada pela teologia da confissão positiva que é essencialmente
antropocêntrica e antibíblica, fazendo com que os neopentecostais sejam,
também, conhecidos como pseudopentecostais.
Desta
forma, quando falamos em movimento pentecostal, é preciso diferenciar o
pentecostalismo clássico do movimento neopentecostal que se desviou dos
princípios e doutrinas do movimento pentecostal clássico.
CONCLUSÃO:
Ao
contrário do que afirmam muitos teólogos reformados, o movimento pentecostal
clássico sempre teve uma identidade teológica. Os 4 pontos
do pentecostalismo consubstanciam uma série de doutrinas bíblicas que formam a
confissão de fé dos pentecostais clássicos e conferem, aos mesmos, uma
identidade teológica genuinamente bíblica e coerentemente protestante.
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