APOLOGÉTICA CRISTÃ: A SINGULARIDADE E HISTORICIDADE DE JESUS
1) A
SINGULARIDADE DE JESUS
A
aproximadamente 2019 anos atrás, em Belém de Judá, em Israel, província
controlada pelo Império Romano, o maior milagre da humanidade acontecia, qual
seja: o Filho de Deus encarnou e se tronou homem a fim de nos resgatar com
sua morte expiatória. Jesus, o Deus humanizado!
Jesus
é, inquestionavelmente, a figura que mais influenciou a humanidade desde que
encarnou. A singularidade da sua pessoa é expressa pela Bíblia e reconhecida
pelos mais variados teólogos, historiadores, filósofos, legisladores, reis,
príncipes, presidentes, governos e, não menos importante, pelo povo.
A
figura de Jesus Cristo é única na história da humanidade, sendo a base para
toda uma cosmovisão ocidental que dura desde que Ele esteve entre nós como o
Deus encarnado. A mensagem de Jesus influenciou impérios, governos, reinos,
legislações, transformou vidas e, por isso, revolucionou a história da
humanidade de tal forma que, depois de Cristo, a humanidade nunca mais foi a
mesma.
A
aparência de Jesus é de um homem simples, pacífico e justo. O profeta Isaias,
no capítulo 53 do livro que leva seu nome, nos apresenta um breve retrato da
aparência de Jesus. O Cristo encarnado, segundo Isaias, era alguém sem
formosura destacada, porém, dotado de uma idoneidade moral e espiritual
inquestionável.
Durante
os séculos que se seguiram após a ressureição e ascensão de Jesus, a
inquietante pergunta de Jesus a Pedro continua movendo os corações de bilhões
de pessoas, qual seja: “quem as pessoas dizem que eu sou? quem você diz
que eu sou?” (Mc 8:27-30).
Para
alguns Jesus é um profeta, para outros, Jesus é apenas um homem, para os ateus
Jesus é um mito. Mas, quem Jesus é para você?
A
história, bíblica e secular, testifica que Jesus é: o caminho, a verdade
e a vida (Jo 14:6); o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5); o Filho
de Deus (1Jo 5:5); o Cristo (Mt 16:16); o Rei dos reis e Senhor dos senhores
(Ap 19:16); Alfa e ômega, Princípio e Fim (Ap 22:13); Maravilhoso, Conselheiro,
Deus poderoso, Pai eterno e Príncipe da paz (Is 9:6); Salvador (2Pe 2:20);
Jesus é Deus! (Jo 1:1-3).
O
teólogo pentecostal Severino Pedro, no livro “Teologia Sistemática
Pentecostal”, resumiu de forma brilhante sobre a singularidade e
importância da figura de Cristo para a Igreja, vejamos:
“Algumas
filosofias e religiões podem existir sem a presença de seus fundadores: o
confucionismo existe sem Kung Futsé (Confúcio); o budismo, sem Sidarta Gautama
(Buda); o islamismo, sem Mohamad (vulgarmente, Maomé); o mormonismo, sem Joseph
Smith Jr.; a chamada ciência cristã, sem Mary Baker Eddy; o Raiar do Milênio
(Testemunhas de Jeová), sem Charles Taze Russell, etc. Mas é impossível haver
cristianismo bíblico sem a Pessoa de Cristo” (Severino Pedro, Teologia
Sistemática Pentecostal, pg. 166).
Jesus
é único e sua historicidade é cabalmente comprovada pela Bíblia, por fontes
extra bíblicas e, principalmente, pelas bilhões de vidas transformadas pelo
poder de seu evangelho.
Diante
da singularidade de Jesus, a igreja tem o dever de desenvolver uma apologética
cristã contemporânea que se preocupe em apresentar argumentos sólidos e
convincentes acerca da pessoa singular e histórica de Jesus Cristo. Pois,
muitos têm relativizado a pessoa de Jesus e, assim, negado sua historicidade
e/ou singularidade, exigindo, assim, que a Igreja de Cristo insurja-se a fim de
defender o caráter de Cristo e de promover seu evangelho.
2) O
QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE JESUS?
Como
já dito anteriormente, a Bíblia testifica que Jesus é Deus e Salvador do homem.
Assim sendo, quando olhamos para a Bíblia, percebemos que ela possui uma
verdade central salvífica que culmina na pessoa de Cristo, ou seja, o texto bíblico
é essencialmente cristocêntrico.
Só
temos condições de compreender a Bíblia e a sua mensagem salvífica se, antes de
mais nada, entendermos a pessoa de Cristo, pois, as profecias bíblicas e as
mensagens tipológicas da bíblia apontam para Jesus. Vejamos:
a) A
filiação divina de Jesus – Sl 2.7; Hb 1.5; 1Jo 5:5;
b) A
encarnação de Jesus por meio do nascimento natural – Gn 3:15; Gl 4:4; Is 7:14;
Mt 1:22-23; Jo 1:1-3;
c) Que
Jesus nasceria na cidade de Belém – Mq 5:2; Mt 2:4-6;
d) Que
seu nome seria Jesus – Lc 1:31;
e) Que
seria conhecido como Emanuel – Is 7:14; Mt 1:13;
f) Que
Jesus peregrinaria no Egito – Os 11:1; Jr 31:15; Mt 2:15-18;
g) Que
Jesus se fez menor que os anjos – Sl 8:5; Hb 2:9;
h) Que
Jesus ensinaria por meio de parábolas – Sl 78:2; Mt 13:35;
i) A
entrada triunfal de Jesus em Jerusalém – Zc 9:9; Mt 21:4,5;
j) Que
Jesus seria traído por um amigo – Sl 41:9; Jo 13:18;
k) A
obra expiatória de Jesus – Is 53:4; Mt 8:17;
l) A
ressureição de Jesus – Jó 19:25; Is 55:3; Lc 24:46; At 13:34;
3) A
FALÁCIA DO ECUMENISMO:
Vivemos
em tempos pós-modernos, onde o multiculturalismo invadiu todas as áreas da
sociedade, inclusive na religião. Em decorrência do conceito multicultural e do
pluralismo religioso, surgiu o chamado movimento ecumênico que busca realizar
um intercâmbio entre as religiões e, para tanto, estabelece um perigoso
conceito de que todas as religiões são expressões da verdade e, por isso, cada
religião é um caminho para se achegar a Deus.
Existe
o ecumenismo no sentido estrito e no sentido amplo. No sentido estrito,
o ecumenismo é uma tentativa de intercâmbio entre religiões consideradas
cristãs (Catolicismo, Protestantismo, Espiritismo, Mormonismo, etc). No
sentido Amplo, o ecumenismo propõe não só o intercâmbio entre as religiões
cristãs, mas, também, um intercâmbio entre todas as religiões (cristãs e não
cristãs).
Para o
Ecumenismo no sentido estrito, a figura de Jesus é o elo que liga todas as
religiões cristãs e, por isso, estas devem se manter unidas. Já o ecumenismo no
sentido amplo, defende que Jesus é apenas um dos caminhos que nos levam a Deus,
não sendo, portanto, o único.
A
ideia central do ecumenismo em sentido estrito é promover a extinção do
fragmentarismo dentro do cristianismo e, por consequência, promover a união
entre as igrejas cristãs. Esta ideia central não está erra, pois, é a ideia
central da Bíblia, ou seja, “que todos os irmãos vivão em união” (Sl 133). Porém,
a forma de promover esta união é que tem tornado o movimento ecumênico um
perigo para a Igreja do Senhor Jesus.
Tanto
o ecumenismo no sentido estrito, quanto o ecumenismo no sentido amplo, são
instrumentos do diabo a fim de corromper a Igreja de Cristo. Pois, a fim de
promover uma suposta união entre as religiões, o ecumenismo exige que a Igreja
negue a singularidade de Cristo, ou seja, em prol desta união entre as
religiões, a Igreja tem que deixar de crer que Jesus é o único caminho e passar
a crer que todas as religiões são igualmente verdadeiras e aptas para nos
revelar Deus.
Contudo,
a Bíblia estabelece que ela mesma (a Bíblia) é o parâmetro que deve ser seguido
para promoção da união entre os homens, ou seja, qualquer tentativa de união
entre as religiões exigiria que todas elas subordinassem suas crenças à Bíblia,
negando toda doutrina incompatível com a Palavra de Deus.
No
mais, é doutrina fundamental do Cristianismo a crença de que Jesus é o único
caminho que conduz (Jo 14:6) a Deus e único mediador entre Deus e os homens
(1Tm 2:5). No entanto, o ecumenismo exige que abramos mão destas verdades em
prol de uma união entre as religiões, constituindo, assim, uma união entre as
trevas e a luz, união esta condenada pela Palavra de Deus (2Co 6:14-16).
Jesus
é o único caminho que conduz o homem a Deus (Jo 14:6) e esta afirmação exclui
qualquer tentativa de compatibilização e intercâmbio entre as religiões, pois,
se Jesus é o único caminho, logo, os caminhos apresentados pelas outras
religiões são falsos.
Ravi
Zacharias, um apologista cristão, escreveu em seu livro “Jesus entre outros
deuses” uma breve crítica ao ecumenismo que vale apena citar, in verbis:
“Está
bem claro que todas as religiões não podem ser de igual modo verdadeiras.
Algumas crenças são falsas, e sabemos que são falsas. Portanto, não adianta
endeusar a noção de tolerância, como se tudo pudesse ser igualmente verdadeiro.
Considerar que todas as crenças são igualmente verdadeiras é um completo
absurdo pela simples razão de que a negação dessa declaração também seria então
verdadeira. Mas, se a negação da declaração também é verdadeira, segue-se que
nem todas as religiões são verdadeiras” (Ravi Zacharias, “Jesus entre
outros deuses”, pg 21).
Precisamos
nos conscientizar que o ecumenismo é um movimento que se apresenta como
“ovelha”, mas, na verdade é “lobo” querendo devorar as ovelhas de Cristo.
A
Igreja é cristocêntrica e qualquer movimento que proponha negar a singularidade
de Cristo deve ser combatido veementemente pela Igreja através de uma
apologética cristã que privilegia a autoridade, divindade e a singularidade de
Jesus.
4) A
HISTORICIDADE DE JESUS CRISTO
Como
já dito, Jesus influenciou impérios, governos, reinos, legislações, transformou
vidas e, por isso, revolucionou a história da humanidade de tal forma que,
depois de Cristo, a humanidade nunca mais foi a mesma. Contudo, muitos negam a
existência histórica de Jesus.
Provar
a historicidade de Jesus é provar que Jesus realmente existiu na história da
humanidade, ou seja, que Jesus realmente nasceu, cresceu, viveu, morreu e
ressuscitou e, portanto, é uma figura histórica que realmente esteve entre os
homens. Por outro lado, negar a historicidade de Jesus é negar a sua existência
e sua realidade, é negar a encarnação de Cristo e sua influencia na história da
humanidade.
Assim
sendo, a apologética cristã tem o papel de provar a historicidade de Jesus e,
assim, provar a sua encarnação e influencia histórica na humanidade.
4.1)
CRITÉRIOS DE CONFIRMAÇÃO DA HISTORICIDADE DE ALGUÉM:
Os
historiadores geralmente utilizam o método histórico para compreensão de um
fato ou personagem do ponto de vista histórico, ou seja, o método histórico
serve para determinar a confiabilidade histórica de alguém ou algum fato.
O
método histórico estabelece três critérios para a determinação histórica de
alguém, quais sejam:
a)
Critério Heurístico: Consiste na coleta de informações, documentos
históricos, descobertas arqueológicas e etc, com o fim de analisar
historicamente a existência de alguém ou a realidade de um fato.
Diante
do critério heurístico, diversos documentos históricos (manuscritos, Bíblia,
etc) e demais descobertas arqueológicas servem de elementos de informação a fim
de comprovar a historicidade de Cristo, como veremos a seguir.
b)
Critério Crítico: Após a coleta de informações históricas, o
próximo passo é o critério crítico. Nesta nova etapa, o historiador realiza a
avaliação da validade e coerência das informações colhidas, fazendo uma
avaliação interna a fim de verificar a validade dentro da própria fonte de
informação, e uma avaliação externa a fim de verificar a validade da fonte de
informação a partir de outras fontes externas.
Os
documentos históricos e as descobertas arqueológicas acerca de Jesus são
comprovadamente válidos e, por isso, historicamente confiáveis. Todos estes
documentos e estas descobertas arqueológicas passam pelo crivo do critério
crítico e, assim, são peças importantes na determinação da historicidade de
Jesus.
c)
Critério Hermenêutico: É a fase de interpretação dos dados colhidos
e validados a fim de determinar a historicidade de alguém ou alguma coisa. Quanto
se aplica os dois primeiros critérios do método histórico (heurístico e
crítico) na pessoa de Jesus Cristo, fica evidenciado que Jesus é um personagem
histórico que realmente existiu e que influenciou a própria história. A
conclusão lógica ao analisar e validar os registros históricos e as descobertas
arqueológicas é que Jesus realmente existiu.
4.2) A
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA COMO PROVA DA HISTORICIDADE DE JESUS:
A periodização
da história é o método utilizado por todos os historiadores a fim de determinar
cronologicamente o tempo histórico da humanidade. Assim, a periodização da
histórica cria os conceitos de pré-história, idade antiga, idade média, idade
moderna, idade contemporânea, etc.
Assim
sendo, a cronologia dos acontecimentos históricos é determinada a partir do
pressuposto de que Jesus nasceu e, logo, realmente existiu. É inconcebível
cogitar que a nossa história é dividida e entendida através da vida de um
personagem folclórico ou mitológico.
O fato
de a história ser dividida em antes de Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C) é
uma gigantesca evidência de que Jesus é um personagem histórico que causou um
grande impacto na história da humanidade, impacto este que está incrustado na
história da humanidade.
A
história da humanidade serve de instrumento evangelizador, pois, todas as vezes
que alguém negar a existência de Cristo, basta pedir que este incrédulo olhe
para a história, lá ele verá na história da humanidade a pessoa de Cristo
dividindo a história em antes de Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C).
4.3) A GENEALOGIA
DE JESUS COMO PROVA DE SUA HISTORICIDADE:
Muitos
negam a historicidade de Jesus alegando uma contradição entre a genealogia de
Mt 1.1-17 e de Lc 3:23-38, pois cada livro apresenta uma genealogia diferente, supostamente
provando que Jesus nunca existiu e, sim foi um personagem inventado.
Contudo,
as genealogias de Mt 1.1-17 e de Lc 3:23-38 não se contradizem, mas, sim, se
complementam.
A
genealogia apresentada em Mt 1.1-17 trata-se da genealogia paterna de Jesus, ou
seja, a genealogia da família de José. Nesta genealogia, Mateus apresenta uma
linhagem que vai desde Abraão até José (pai de Jesus), com a clara intenção de
demonstrar para os judeus que Jesus era descendente de Abraão e, por isso, era
um genuíno judeu e, também, descendente de Davi, sendo, portanto, de linhagem
real.
Já a
genealogia de Lc 3:23-38 traz uma genealogia materna, traçando os antepassados
da família de Maria. Desta forma, Lucas traça uma linhagem que vai desde Adão
até Maria (mãe de Jesus) e tem o objetivo de demonstrar para os gentios que
Jesus era descendente de Adão e, por isso, era um homem de “carne e osso”, ou
seja, como os homens são aqueles que descendem de Adão, logo, Lucas queria
defender a encarnação de Cristo como homem.
Assim
sendo, as duas genealogias bíblicas de Jesus (Mt 1.1-17 e de Lc 3:23-38) não se
contradizem, pois, uma traz a linhagem paterna de Cristo, outra traz a linhagem
materna de Cristo.
A
genealogia de Cristo é prova de sua historicidade, na medida em que os nomes
das pessoas ditas como antepassados de Jesus são nomes cuja suas
historicidades, na sua maioria, já foram comprovadas arqueologicamente. Pessoas
como Abraão e Davi são consideradas personagens históricos e, portanto, se toda
a linhagem de Jesus realmente existiu, logo Jesus também existiu.
4.4) A
MORTE DOS DISCÍPULOS COMO EVIDÊNCIA DA HISTORICIDADE DE JESUS
A
história nos relata que os 12 discípulos de Jesus morreram pelo fato de
sustentar a singularidade e historicidade de Jesus. Homens deram suas vidas a
fim de pregar o evangelho de Cristo e, diante disto, uma pergunta se faz
necessária: Será que estes homens morreram por causa de um mito? Ou será que
eles deram suas vidas por um Jesus que realmente existiu na história?
Ninguém
morre conscientemente por uma pessoa que sabe que não é real. Os discípulos
morreram por um Jesus real que eles mesmos conheceram e que impactou suas vidas
de maneira irreversível.
Ninguém
morre conscientemente por um mito, mas, sim por alguém que ama. Cada gota de
sangue derramada pelos apóstolos de Cristo testificam a realidade sobre Jesus
de Nazaré!
a) A
morte de Pedro: O apóstolo Pedro, segundo a história, foi
crucificado de cabeça para baixo, no ano aproximado de 64 d. C, pelo imperador
Nero.
b) A
morte de João: O apóstolo João morreu de causas naturais, por
volta do ano 100 d.C, mas sofreu grande perseguição por causa do evangelho de
Cristo, sendo preço em uma ilha chamada Patmos.
c) A
morte de André: O apóstolo André foi martirizado por sua fé em
Cristo e, no ano de 357 d.C, seus ossos foram trazidos para a cidade de
Constantinopla.
d) A
morte de Tiago, irmão de João: O apóstolo Tiago foi morto, no
ano 44 d.C, na cidade de Jerusalém, por causa da fé em Jesus.
e) A
morte de Tiago, filho de Alfeu: Foi crucificado no Egito pelo
fato de crer e pregar a mensagem de Jesus.
f) A
morte de Felipe: Felipe morreu, por volta do ano 80 d.C, pregado
em uma árvore de cima para baixo.
g) A
morte de Tomé: Tomé foi martirizado na Índia por um sacerdote
hindu.
h) a
morte de Natanael (Bartolomeu): o apóstolo Natanael foi
esfolado vivo na Armênia, após o dia de pentecostes.
i) a
morte de Mateus: Mateus foi martirizado na Etiópia enquanto
ministrava um culto.
j) a
morte de Judas Tadeu: Judas foi espancado até a morte enquanto evangelizava
na Pérsia.
k) a
morte de Matias: a forma como o apóstolo Matias morreu não é
conhecida, mas, a tradição cristã diz que ele foi morto pregando do evangelho
de Cristo.
l) a
morte de Paulo: O apóstolo Paulo foi decapitado no ano 64 d.C,
mesmo dia em que Pedro foi martirizado.
A
morte dos apóstolos confirma a historicidade de Cristo na medida em que estes
derramaram seu sangue por alguém que eles de fato conheceram. Não só os
apóstolos, mas muitos crentes da igreja primitiva tiveram que morrer por causa
de Cristo. Crentes foram levados as arenas romanas a fim de serem devorados por
leões, foram colocados em estacas e foram incendiados como tochas a fim de
iluminar os caminhos de Roma, foram torturados das mais cruéis formas por amor
a Cristo.
Cada
gota de sangue destes mártires são provas cabais da existência de Jesus, pois,
estes não morreram por um mito, mas, sim, por um Jesus real que nasceu, viveu,
morreu e ressuscitou.
4.5) OS
RELATOS EXTRA-BÍBLICOS QUE PROVAM A EXISTÊNCIA DE JESUS:
Existem
muitos relatos fora da Bíblia que fazem menção da existência de Jesus. Grandes
historiadores fizeram relatos sobre Jesus e, estes relatos, são incontestes,
haja vista que, na maioria dos casos, estes relatos têm uma visão negativa do
Cristianismo e, mesmo assim, nenhum deles negam a existência de Jesus.
a) Os relatos
de Flávio Joséfo sobre Jesus:
Flávio
Joséfo foi um historiador judeu, que viveu entre os anos 37 e 103 d. C, era
filho de um sacerdote, nascido em Jerusalém, e um fariseu convicto. Foi
testemunha ocular da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.
Os
relatos de Flávio Joséfo são relevantes na medida em que este não era um
cristão e, tão pouco, tinha contato com eles. Flávio Joséfo era um fariseu e,
provavelmente, não tinha tanta simpatia pelos cristãos, mas, mesmo assim, o
historiador judeu não negava a historicidade de Cristo.
Flávio
Joséfo, no registro histórico que escreveu chamado “História dos Hebreus”,
escrito no ano 90 d.C, trata acerca dos eventos históricos do povo judeu e,
dentre os relatos, o historiador confirma a existência de Jesus em, pelo menos dois relatos, vejamos:
“Anano, um dos que nós
falamos agora, era homem ousado e empreender, da seita dos saduceus, que, como
dissemos, são os mais severos de todos os judeus e os mais rigorosos no
julgamento. Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não havia
chegado, para reunir um conselho diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus chamado
Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem
desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento. Esse ato desagradou
muito a todos os habitantes de Jerusalém, que eram piedosos e tinham verdadeiro
amor pela observância das nossas leis” – (JOSEFO, Flavio, História dos
Judeus – CPAD, 2000, pp.465).
Aqui,
o historiador judeu confirma a existência histórica tanto de Tiago quanto de
Jesus. O mais interessante é que o relato de Joséfo confirma integralmente o
relato bíblico, pois confirma a parentalidade entre Tiago e Jesus. Outro fato
importante a ser destacado é a referencia que Joséfo tem de Jesus, pois ele fala
de Jesus como sendo conhecido como o Cristo, ou seja, não há duvidas de que o
Jesus que Joséfo está falando é o mesmo que a Bíblia nos revela.
Outro
relato é o que se segue:
“Nessa época havia um
homem sábio chamado Jesus. Seu comportamento era bom, e sabe-se que era uma
pessoa de virtudes. Muitos dentre os judeus e de outras nações tornaram-se seus
discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. E aqueles que haviam
sido seus discípulos não deixaram de segui-lo. Eles relataram que ele lhes
havia aparecido três dias depois da crucificação e que ele estava vivo […]
talvez ele fosse o Messias, sobre o qual os profetas relatavam maravilhas” (JOSEFO, Flávio, História
dos Judeus – CPAD, 2000, pp.418).
Nesta
citação, Flávio Joséfo afirma taxativamente a existência de Jesus e sua boa
fama entre os judeus. Joséfo confirma a morte de Jesus por meio da crucificação
e a possibilidade de Jesus ter ressuscitado e ter sido o messias.
Diante
destes dois relatos vindos de uma fonte extra-bíblica, não há como negar a
historicidade de Jesus.
b) O
relato de Cornélio Tácito:
Tácito
foi governador da Ásia e grande historiador romano. Viveu no século 1, entre os
anos 55 e 120 d.C, onde escreveu o seu livro histórico chamado “Anais da Roma
Imperial” e relatou o incêndio de Roma e, também, a acusação contra os
cristãos.
Vale
lembrar que o incêndio de Roma foi provocado pelo imperador Nero e este acusou
os cristão por tal incêndio, sendo neste período que deflagou-se uma grande
perseguição contra os cristãos, culminando na morte dos apóstolos Pedro e
Paulo.
Vejamos
o relato do historiador romano Cornélio Tácito:
“Para destruir o boato (que o
acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e infringiu tormentos
requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam detestar, e a quem a
multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Cristo, que, sob o
principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício.
Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais
somente na Judeia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto
há de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela” (Tácito, Anais, XV, 44 trad. 1
pg. 311).
Como se
pode perceber, o historiador Tácito detestava os cristãos e considerava o
cristianismo uma superstição detestável. Porém, não nega que o Cristianismo tem
sua origem em Jesus Cristo que foi morto por ordem de Pôncio Pilatos na Judeia.
Em outra citação, Tácito relata
a forma brutal como os cristãos foram perseguidos, vejamos:
“Uma grande multidão foi
condenada não apenas pelo crime de incêndio, mas por ódio contra a raça humana.
E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados
nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados
em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de
luz noturna” (Tácito, Anais, XV.44).
A realidade histórica de Jesus
e das perseguições sofridas pelos cristãos foram registradas por um historiador
que os odiava.
c) o relato
de Mara Bar
Serapion:
Mara Bar Serapion foi um escritor
e filósofo que nasceu na Síria, sendo um aquele que nos fornece um dos
primeiros relatos não-judaico e não-cristão sobre Jesus.
Em uma carta sua escrita para
seu filho, no ano de 73 d.C, Serapion confirma a historicidade de Jesus e o
compara a Sócrates e Pitágoras. Vejamos:
“Que vantagens os
atenienses obtiveram em condenar Sócrates à morte? Fome e peste lhes
sobrevieram como castigo pelo crime que cometeram. [...] Que vantagem os
habitantes de Samos obtiveram ao pôr fogo em Pitágoras? Logo depois sua terra
ficou coberta de areia. [...] Que vantagem os judeus obtiveram com a
execução de seu sábio Rei? Foi logo após esse acontecimento que o reino dos
judeus foi aniquilado. [...] Com justiça, Deus vingou a
morte desses três sábios [...]” (BRUCE, F.F., Merece Confiança o Novo Testamento, Vida Nova,
1965, pp.148).
Neste pequeno trecho extraído da obra de
Bruce, percebemos que o escritor sírio confirma a historicidade de Jesus ao
equipará-lo a outras duas figuras históricas, Sócrates e Pitágoras. Esclarece
que a expressão “execução de seu sábio Rei? Foi logo após esse acontecimento que o reino
dos judeus foi aniquilado” só se encaixa na história de Cristo, pois, Jesus foi morto a pedidos
dos Judeus e, logo após a sua ressurreição, no ano 70 d.C, Jerusalém foi
completamente destruída.
d) O relato
do Alcorão:
O Alcorão
foi escrito 600 anos depois de Jesus Cristo e, como é sabido, o Islamismo é um
cruel inimigo do povo de Deus, pois nega o evangelho de Cristo e persegue os
crentes fieis.
Mas, mesmo
diante deste ódio contra os cristãos, o Alcorão, surata 19.19-37, reconhece a
historicidade de Cristo e seu nascimento virginal. No texto da surata 16.19-37,
consta a descrição do nascimento de João Batista e de Jesus, comprovando,
assim, que até os inimigos da cruz reconhecem a historicidade de Jesus.
e) O relato
do Talmude:
O Talmude é
um conjunto de textos que visam instruir os judeus acerca do judaísmo e das
regras de vida do povo judeu. Foi escrito no período compreendido entre o ano 100
e 500 d.c, após a dispersão dos judeus pelo mundo.
O Talmude é
uma coleção de textos escritos por rabinos que desejavam eternizar as tradições
orais dos judeus e relatos históricos vividos por eles. Por óbvio, o Talmude
não é um livro cristão ou escrito por um cristão, antes é um livro judeu que
rejeitava as crenças do cristianismo. Contudo, mesmo assim, o Talmude reconhece
a existência histórica de Jesus, vejamos:
“Na véspera da
páscoa, eles penduraram Yeshu (de Nazaré), sendo que o arauto esteve diante
dele por quarenta dias anunciando (Yeshu de Nazaré) vai ser apedrejado por ter
praticado feitiçaria e iludido e desencaminhado o povo de Israel. Todos os que
sabiam alguma coisa em sua defesa vieram e suplicaram por ele. Mas nada
encontraram em sua defesa e ele foi pendurado à véspera da páscoa” (Talmude Mishná, 43ª seção do
Sanhedrin).
Neste relato do Talmude fica claro a referência a Jesus e a sua
realidade histórica.
4.6) A
HISTORICIDADE DA RESSURREIÇÃO DE JESUS:
Assim
como a existência de Jesus, a sua ressurreição também é um fato histórico perfeitamente
provável. Vejamos alguns argumentos que provam a historicidade da ressurreição
de Jesus:
a) O argumento
do túmulo vazio: Existem vários textos que falam do túmulo
vazio, ou seja, que o túmulo que o corpo de Jesus foi colocado está vazio exatamente
por causa da sua ressurreição.
O
túmulo de Jesus foi cedido por José de Arimateia, membro do sinédrio e figura
histórica conhecida pelos judeus daquela época. Se o sepultamento de Jesus e
sua respectiva ressurreição fosse um invento, os discípulos jamais vincularia
essa história a um membro do sinédrio, pois corriam o risco de serem
desmentidos pelo próprio José de Arimateia e presos por ele.
O
túmulo onde estava o corpo de Jesus foi selado por uma grande pedra que tornava
a abertura do sepulcro algo extremamente difícil. Além da pedra, o sepulcro era
vigiado por 4 soldados (Mt 27:62-66), o que tornava a suposta empreitada de invasão
do sepulcro pelos discípulos algo impossível. No entanto, mesmo diante de todas
estas dificuldades, Jesus ressuscitou, removeu a Pedra que selava o sepulcro e
constrangeu os guardas que vigiavam o sepulcro.
Jesus realmente
existiu, porém seu corpo, até os dias de hoje, jamais foi descoberto, antes,
seu túmulo vazio permanece como uma milenar lembrança de que Jesus morreu e, ao
terceiro dia, ressuscitou.
b)
Centenas de pessoas viram Jesus ressuscitado: O
testemunho de centenas de pessoas que viram Jesus ressuscitado deve ter alguma
credibilidade, pois seria impossível inventar uma história dessas e preservá-la
intacta durante milênios, sem que uma dessas centenas de pessoas não desmentissem
o relato.
Paulo
em 1Cor 15:4-8 diz que Jesus apareceu para mais de quinhentos irmãos e estes
sustentavam convictamente que viram o Jesus ressurreto a ponto de morrer, se
preciso fosse.
c) As
primeiras testemunhas foram mulheres: No primeiro século, período em
que Jesus encarnado viveu, as mulheres não gozavam de direitos políticos e,
também, de direitos sociais como, por exemplo, educação formal. A mulher jamais
poderia ser testemunha em um tribunal, pois seu testemunho não era social e
juridicamente válido para os judeus. Porém, a Bíblia relata que as primeiras
testemunhas da ressurreição de Cristo foram mulheres, ou seja, se a ressurreição
fosse uma mentira elaborada, os discípulos jamais diriam que as mulheres foram
as primeiras testemunhas da ressurreição, pois sabiam que seus testemunhos
seriam inúteis para a sociedade de sua época.
A
descrição bíblia da ressurreição de Cristo é tão fiel que ela não ocultou o fato
de mulheres serem as primeiras testemunhas de tal milagre, ou seja, a
testemunhas femininas são provas de que o relato bíblico não é uma mentira.
5) HERESIAS
QUE NEGAM A ENCARNAÇÃO E A DIVINDADE DE JESUS:
a)
Docetismo: Essa heresia é uma ramificação do gnosticismo e
monofisismo. O Docetismo nega a encarnação de Cristo, pois alega que Jesus não
tinha um corpo humano, mas, sim, uma aparência humana. Para os docetistas, o
corpo material é corrompido pelo pecado e pelo mal, logo, se Jesus tivesse
encarnado, ele teria um corpo corrompido pelo pecado e pelo mal. A própria
Bíblia refuta esta alegação (Jo 1:1-3; Rm 5:12; 1Tm 2:5; 1Pe 2:22).
b)
Apolinarismo: Esta heresia decorre dos ensinamentos de
Apolinário e também é monofisista. Apolinário era bispo da igreja em Laodiceia
que combatia os ensinos de Ario (negava a divindade de Jesus). Apolinário negava
a dupla natureza de Cristo, ou seja, negava que cristo era 100% homem ao mesmo
tempo que era 100% Deus. Para Apolinário, Jesus era apenas 100% Deus, não nenhum
tipo de humanidade em Cristo. Portanto, Apolinário negava a teantropia de
Cristo (um Deus homem) e sua união hipostática (natureza humana e natureza
divina).
c)
Eutiquianismo: Nome derivado do monge Êutico, este negava a
dupla natureza de Cristo (Homem e Deus) e, portanto, era monofisista, ou seja,
após a encarnação, Jesus tinha somente uma natureza, qual seja, a divina. Logo,
Êutico negava a humanidade de Jesus, dizendo que a encarnação de Jesus criou
uma terceira natureza, negando, assim, a perfeita humanidade de Jesus.
d) Ebionismo:
Heresia
ensinada por Ebion que consistia em negar a divindade de Jesus, ou seja, o Ebionismo
ensina que Jesus era apenas um homem comum que viveu de acordo com as tradições
judaicas e que Deus escolheu para ser o messias. Para os ebionistas, Jesus não
era Deus, mas, sim, um homem comum escolhido por Deus. A Bíblia confirma a
divindade de Jesus – Jo 1:1-3.
e)
Arianismo: O Arianismo decorre do nome de seu fundador Ário. Esta
heresia nega a divindade de Jesus e afirma que Jesus era um ser maior que os
homens, porém, menor que Deus. Assim sendo, Ário não cria que Jesus era Deus,
antes, cria que Jesus era um ser criado por Deus para ser o messias.
f)
Nestorianismo: Nestor, bispo de Constantinopla, negava a
união hipostática de Cristo, ou seja, negava que as duas naturezas de Cristo
(humana e divina) estavam intrinsicamente e inexoravelmente unidas a tal ponto
que era impossível separá-las. Esta heresia ensinava que uma hora era o Jesus
homem quem falava e outra hora era o Jesus divino quem falava, tendo Jesus,
então, dupla personalidade que agiam uma independente da outra. Nestor Cria,
portanto, que existia uma pessoa que era Jesus e outra que era Cristo.
Todas
estas heresias combatiam a humanidade ou divindade de Jesus, porém, nenhuma
delas puderam calar o testemunho das escrituras e dos crentes que provaram a divindade
e humanidade do Senhor Jesus.
6) CONCLUSÃO
Durante
os séculos que se seguiram após a ressurreição e ascensão de Jesus, a
inquietante pergunta de Jesus a Pedro continua movendo os corações de bilhões
de pessoas: “quem as pessoas dizem que eu sou? quem você diz que eu sou?”
(Mc 8:27-30).
Para
alguns Jesus é um profeta, para outros, Jesus é apenas um homem, para os ateus
Jesus é um mito. Mas, quem Jesus é para você?
A
Bíblia aponta para Cristo, a história foi moldada por Cristo, vidas foram
transformadas por Cristo, o universo é sustentado por Cristo, a Igreja não vive
sem Cristo e seremos arrebatados por Cristo!
Colossenses
1:15-18: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda
a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e
na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem
por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o
primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”.
Hebreus
1:3: “O
qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si
mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas
alturas”.
Pb. Diego Natanael.
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Este artigo serve de material de apoio para a revista de escola dominical da Betel:
O glória muito bom material, de estudo.. Deus continue abençoando
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