APOLOGÉTICA CRISTÃ: DEUS É!




1) DEUS É

Desde sempre, a ideia da existência de Deus permeia os pensamentos dos homens. Desde os sumérios, primeira civilização conhecida, a humanidade tem procurado entender quem é Deus e qual o seu papel na história do homem. Filósofos imaginaram “deuses”, artesãos esculpiram “deuses”, poetas recitaram versos sobre “deuses”, profetas falaram pelos “deuses”, sacerdotes falaram com “deuses e, por fim, a ciência persegue, a fim de refutar ou reafirmar, a ideia de “deuses”.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2007, constatou que 97% dos brasileiros afirmam acreditar totalmente em Deus, ou em um ser superior. Outros 2% dizem terem dúvidas quanto a existência de Deus ou de um ser superior e, por fim, 1% dizem não acreditar em Deus ou em um ser superior. A pesquisa ainda constatou que, mesmo dentro daqueles que não têm nenhuma religião, 81% deles acreditam na existência de um Deus.



No entanto, paradoxalmente, enquanto nós temos uma população que acredita na existência de um deus, poucos são os que conhecem de fato o verdadeiro Deus! muitos céticos pessimistas (niilistas) têm procurado erradicar da humanidade a necessidade humana de Deus. Outros, por não conhecerem a revelação especial de Deus, a Bíblia, começaram a venerar a criação como “deuses” (Rm 1:1-32), adorando, inclusive, outros homens. Neste contexto, a apologética cristã cumpri um papel revelacional essencial, pois, possui o dever de satisfazer o anseio humano por Deus, ou seja, a apologética cristã tem o dever de mostrar/revelar ao homem quem é esse Deus que nossa alma tanto anseia.

O apóstolo Paulo se deparou com essa missão ao pregar, em Atenas, para os filósofos epicureus e estoicos (Atos 17:16-34). Tais filósofos, assim como todos os cidadãos atenienses, eram extremamente religiosos e, por isso, adoravam um panteão de deuses, contudo, eles não adoravam ao verdadeiro Deus. Paulo, então, vendo o anseio que eles tinham de buscar uma divindade, apresentou-lhes o “Deus desconhecido”. Através de uma mensagem, genuinamente, apologética, o apóstolo dos gentios apresentou uma série de argumentos bíblicos, racionais, filosóficos e culturais a fim de sustentar que o Deus das Sagradas Escrituras era o único Deus.

Desta forma, a apologética cristã atual precisa apresentar ao mundo, a semelhança de Paulo, argumentos bíblicos, racionais, filosóficos e culturais que sustentam a veracidade do evangelho de Cristo.

Assim sendo, quem é Deus? Deus, simplesmente, É (Ex 3:14)!

1.1) DEUS É ONIPOTENTE E A CRIAÇÃO É DEPENDENTE:

Os atributos são “qualquer coisa que possa ser atribuída a Deus” (Tozer, O conhecimento do Santo”, pg, 31), dentro dos limites que o próprio Deus nos revelou. Portanto, os atributos divinos são características inerentes a Deus que o define como sendo Deus.

A Bíblia nos revela que Deus é onipotente (Ap. 19:6). O atributo da onipotência deve ser entendido como Deus detendo todo o poder, ou seja, a fonte de todo o poder é Deus, não existe ninguém com poder maior do que Deus. Assim sendo, a onipotência confere a Deus poder absoluto (inquestionável, indisponível e essencial)!

Soberania e onipotência são atributos inseparáveis. Deus possui todo o poder e, por isso, sua vontade é soberana. A vontade de Deus somente pode ser soberana se Ele detiver poder absoluto.

A onipotência divina é um atributo compatível com a razão e com a fé. Pois, quando olhamos para o universo, percebemos que existem forças poderosos que atuam nele. Contudo, o universo possui uma origem ou causa e, desta forma, a causa deve ser qualitativamente melhor e quantitativamente maior do que o seu efeito, ou seja, o universo possui um grande poder, mas, sua causa é Deus e este detém todo o poder. Deus é qualitativamente melhor e quantitativamente maior do que a criação, pois, é onipotente.

O eminente teólogo A. W. Tozer nos apresenta o seguinte raciocínio:

Tal conhecimento nos leva ao seguinte raciocínio: Deus tem poder. Como Deus é infinito, o que quer que ele possua deve ser igualmente ilimitado; logo, o poder de Deus não tem limites, ele é onipotente” (Tozer, O conhecimento do Santo”, pg, 136).

No mundo pós-moderno, marcado pelo materialismo da fé e a humanização dos atributos divinos, muitos conceitos errôneos surgem acerca deste atributo. Muitas religiões, inclusive muitas dentro do próprio Cristianismo, têm reduzido Deus ao mesmo nível do homem, pois, não atribuem a Deus todo o poder, negando, assim, a onipotência divina.

Muitos hinos expõe a ignorância do homem acerca da onipotência divina, pois, atribuem ao homem, e não a Deus, o poder. Hinos que põe Deus exaltando o homem e não o homem exaltando ao Deus todo poderoso. O que esquecem é que os louvores possuem dois objetivos centrais, quais sejam: edificar a igreja e, mais importante, exaltar, glorificar a Deus.

Se Deus é onipotente, a criação é totalmente dependente Dele. Deus governa sua criação e, portanto, delega poderes as criaturas a fim de que cumpram seus propósitos. Porém, Deus delega tais poderes sem, contudo, abrir mão deles, ou seja, Deus é a fonte de todo o poder e as criaturas depende do poder de Deus para existirem, pois, é o poder divino que sustenta nossa existência.

Deus não abriu mão do seu poder, Ele continua sendo o grande El-Shaddai!

1.2) DEUS É ONISCIENTE E A CRIAÇÃO É LIMITADA:

Deus é onisciente porquanto Ele possui todo o conhecimento, ou seja, Deus possui o conhecimento perfeito (Salmo 147:5). Nada pode ser ensinado para Deus, pois, Ele sabe de tudo. Em outras palavras, Deus é incapaz de aprender, pois conhece tudo que tem para ser conhecido.

Tozer nos fornece mais um brilhante raciocínio, vejamos: “Deus conhece perfeitamente a si próprio e, sendo a fonte e o autor de todas as coisas, segue-se que ele conhece tudo o que pode ser conhecido” (Tozer, O conhecimento do Santo”, pg, 117).

A onisciência confere a Deus a capacidade de conhecer tudo e todos, ou seja, Deus nos conhece melhor do que nós mesmos. Desta forma, tudo o que a criatura sabe é “poeira” diante do eterno conhecimento divino. Se Deus não tivesse se revelado a nós, jamais teríamos conhecimento sobre Ele, pois nosso conhecimento é limitado e, portanto, não consegue compreender, por si só, um Deus ilimitado.

1.3) DEUS É ETERNO E A CRIAÇÃO É MORTAL:

Dizer que Deus é eterno significa que Deus possui infinitude absoluta, ou seja, Deus não possui um começo e, certamente, não possui um fim, logo, Ele é infinito (Salmo 90:2). Ninguém é a causa de Deus existir, pois Ele não foi criado, é eterno. No entanto, Deus é causa de toda a criação.

Deus está acima do tempo, pois, é criador do mesmo. Muitos dizem que Deus é grande, a intenção é santa e digna de respeito, porém, a palavra grande não pode se aplicar a Deus. Pois, grande é uma unidade de medida, com começo e fim, e, assim sendo, Deus não pode ser medido, Ele é imensurável, Infinito e, portanto, eterno!

A criação possui um começo e, desta forma, jamais será eterna, pois está sujeita ao tempo. Deus é o nosso começo e, também o nosso fim. Desta forma, Deus nos prometeu a imortalidade se permanecermos na sua vontade, porém, jamais nos prometeu a eternidade, pois, eterno é somente Ele.

Tozer assim disse: “Deus habita na eternidade, mas o tempo habita em Deus. Ele já viveu todos os nossos amanhãs, assim como viveu todos os nossos ontens” (O conhecimento do Santo”, pg, 83).

1.4) DEUS É IMUTÁVEL E A CRIAÇÃO É MUTÁVEL:

A imutabilidade divina é compreendida como sendo o atributo divino que confere a Deus a capacidade de não alterar suas atitudes, não mudar seu caráter, não modificar sua perfeição, pois, Deus não está em constante desenvolvimento, Ele é perfeito e não muda, nem para melhor e, tão pouco, para pior, nem para maior ou para menor. Deus se mantem intocável e inalterado naquilo que ele sempre foi, perfeito.

Dizer que Deus é imutável é, portanto, dizer que Deus não muda seu caráter, contudo, seu modo de se revelar e interagir com a criação pode mudar, mas, nunca trará mudança no seu caráter. É fácil perceber isto quando comparamos a forma como Deus se revelava ao homem no período veterotestamentário e como Deus passou a se revelar no período neotestamentário. No entanto, as duas formas de Deus se revelar mantiveram imutável o caráter divino.

A lei da mutabilidade não se aplica a Deus, mas, se aplica a sua criatura. A criação de Deus está sujeita a mudanças e, portanto, não se mantém imutável. A lei da mutabilidade estabelece que, para que um ser mude, é preciso que a mudança ocorre em, pelo menos, um dos três níveis da mutabilidade, quais sejam:

a) Mudança moral: o ser mutável deve mudar, moralmente, de melhor para pior ou de pior para melhor, dentro de si mesmo;

b) Mudança empírica: o ser deve mudar, de acordo com suas experiências, de imaturo para maduro;

c) Mudança de ser: o ser deve mudar de uma classe de ser para outra.

Assim sendo, Deus não pode sofrer mudança moral, empírica e de ser, pois, seu ser é perfeito em tudo e, como Ele é infinito, continuará sendo o que é por toda a eternidade.

A mutabilidade é, ao mesmo tempo, uma aflição e uma benção para o homem. Aflição, pois, se não fossemos seres mutáveis, permaneceríamos no estado original que Deus nos criou e, portanto, não cairíamos. Contudo, também é uma benção, pois, a nossa capacidade de mudar gera a possibilidade de redenção, permite que Deus altere o nosso ser, nos mude de seres piores para seres melhores, mude nossa natureza de pecadores para santos, mude o nosso estado de morte para nos dar vida, por fim, mude o nosso destino nos tirando do inferno e nos colocando no céu.

1.5) DEUS É ONIPRESENTE E A CRIAÇÃO ESTÁ SUJEITA AO TEMPO, ESPAÇO E MATÉRIA:

Deus é infinito, logo, ele cerca e contém toda a criação finita. Deus está presente em todos os lugares com toda a sua essência. Ele está dentro da criação, mas não limitado a ela; Ele está fora da criação, mas não expulso dela.

A onipresença de Deus reafirma a sua imanência, sua providência e governo moral sobre toda a criação. Deus, apesar de ser transcendente, está em constante e permanente contato com sua criação, na verdade, Ele não apenas estabelece um contato, Ele governa toda a criação e, portanto, está presente em todos os lugares realizando seus propósitos.

A criação está sujeita a matéria, ao espaço e ao tempo, por isso, não possui condições de estar em todos os lugares ao mesmo tempo com sua essência total. Mas, Deus é a origem da matéria, espaço e tempo e, portanto, não está sujeito as limitações destes. Ele está em todos os lugares e não há ninguém que possa se esconder de Deus (Salmo 139:7-12).

1.6) DEUS É TRANSCEDENTE:

A transcendência de Deus se resume em dizer que Deus está qualitativa e quantitativamente acima de toda a criação. Deus está acima de tudo e de todos e, portanto, é inacessível. Nós só temos acesso a Deus porque ele decidiu se revelar a nós, pois, jamais alcançaríamos a Deus pelas nossas próprias forças.

A transcendência divina assusta aos homens, pois, sempre que Deus se revelou aos homens de maneira direta, estes tremeram diante da presença de Deus. A presença de Deus assusta a nossa mente, nosso intelecto, nossa estrutura física, e, por isso, nos faz tremer e temer. Tozer retratou isto de forma brilhante, vejamos:

Sempre que Deus aparecia aos homens nos tempos bíblicos, os resultados eram idênticos – um avassalador senso de terror e desalento, uma perturbadora percepção de pecado e culpa. Quando Deus falou, Abrão prostrou-se sobre a terra para ouvir. Quando Moisés viu o Senhor na sarça ardente, ele escondeu a face com medo de olhar para Deus. A visão que Isaías teve de Deus arrancou-lhe o grito: ‘ai de mim!’ e a confissão: ‘Estou perdido; porque sou homem de lábios impuros’” (O Conhecimento do Santo, pg. 146-147).

Deus é onipotente, onisciente, eterno, imutável e onipresente, e, portanto, a soma destes atributos o torna transcendente. Como transcendente, Deus é Autoexistente e Autossuficiente, não necessitando de ninguém e nem de algo para existir, pois, ele tem todas as coisas e nele contém a vida.

2) POSIÇÕES TEÓRICAS QUE NEGAM A EXISTÊNCIA DE DEUS

Como já dito, a Bíblia nos revela um Deus onipotente, onisciente, eterno, imutável, onipresente e transcendente. Contudo, surgem diversas teorias que negam os atributos divinos e, ainda, negam a existência do próprio Deus. Neste compasso, a apologética cristã precisa entender os fundamentos destas teorias a fim de refutá-las racional e biblicamente.

2.1) ATEÍSMO:

O ateísmo é uma corrente filosófica que nega a existência de Deus e de qualquer coisa sobrenatural. Esta teoria é caracterizada por uma antropologia otimista que enxerga o homem como um fim em si mesmo, negando qualquer origem e propósito divino sobre a humanidade.

O Ateísmo se divide em teórico e prático. O Ateísmo teórico é mais filosófico e procurar negar a Deus através de um processo de argumentação científica, extremamente racionalista e filosófico. Já o Ateísmo prático pouco se importa em estabelecer um processo de negação à Deus baseado na ciência ou processo cognitivo racional. Estes vivem como se Deus não existisse e como se eles não precisassem de Deus.

O Centro para o Estudo do Cristianismo Global, em seu relatório do ano de 2019, constatou que existem, aproximadamente, 138 milhões de ateus no mundo. Desta forma, é preciso que a Igreja cumpra com seu papel apologético a fim de mitigar o ateísmo no mundo.

2.2) AGNOSTICISMO:

O Agnosticismo, inspirado por David Hume, estabelece o seguinte raciocínio: Não é possível saber se Deus existe ou não, e mesmo que ele exista, é impossível ter conhecimento disso. Desta forma, não é possível crer ou não crer em Deus, logo, é preferível crer somente no mundo material, pois, a busca por Deus é algo impossível.

Os agnósticos, portanto, não afirmam e nem negam a existência de Deus. Eles preferem se distanciar desta busca, se concentrando somente no mundo material.

Os Agnósticos correspondem a 716 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, segundo relatório feito em 2019 pelo Centro para o Estudo do Cristianismo Global.

2.3) MATERIALISMO:

O materialismo é uma corrente teórica que alega que a matéria é a única coisa que existe e, portanto, nega a existência de qualquer coisa sobrenatural ou divina. Para o materialismo, a matéria é um fim em si mesma.

Karl Marx introduziu o materialismo dentro de sua visão socialista e, também, comunista, estabelecendo uma guerra contra a religião e afirmando que a matéria e, portanto, a humanidade não precisa de Deus, pois, não existe nada além da matéria.

2.4) PANTEÍSMO:

O Panteísmo estabelece o conceito de que “tudo é Deus e Deus é tudo”, ou seja, esta corrente equipara a criação a Deus, dizendo que a criação é Deus e não há nada que exista que não seja uma porção da divindade. Para o panteísmo, não existe um Deus pessoal, a divindade é todo o universo. Ao dizer que tudo é Deus, o panteísmo não faz distinção entre criador e criatura, negando, assim, a existência de um Deus que transcende o universo.


2.5) EVOLUCIONISMO:

O evolucionismo nega a existência de um criador, afirmando que tudo o que existe surgiu através de uma geração espontânea, ou seja, através de um processo físico, biológico e, portanto, natural. Para o evolucionismo, o universo não foi criado por um Deus, mas, sim, por um processo de evolução em que formas de vidas menos complexas evoluíram para formas de vidas mais complexas.

2.6) NIILISMO:

O Niilismo afirma que a vida é sem sentindo objetivo, não possui nenhum propósito existencial.

O filósofo Nietzsche, pai do Niilismo, nega qualquer valor objetivo sobre Deus, ou seja, afirma que não existe um Deus e que, portanto, a ausência de Deus, extingue qualquer necessidade intrínseca de valores morais e de propósitos para o homem. Assim sendo, para o Niilismo, se Deus não existe, segue-se que o homem é seu próprio criador e não possui propósitos externos que justifique sua existência, logo, não existe propósito na vida e, portanto, não existe propósito em viver.

3) HÁ EVIDÊNCIA RACIONAL PARA A EXISTÊNCIA DE DEUS?

3.1) Deus e o argumento Cosmológico:

O argumento cosmológico estabelece o seguinte raciocínio: “se existe um mundo e pessoas, existe um ser necessário que seja a causa da existência do mundo e das pessoas” (Moreland, Racionalidade da fé cristã, pg 18).

Dentro do argumento cosmológico existem três formas de abordagem:

a) Abordagem Tomista: Formulada pelo teólogo Tomas de Aquino, essa abordagem procura estabelecer o argumento de que existem seres finitos e que existe a possibilidade de não terem existidos, e, desta forma, esses seres finitos dependem de algo externo para que possam existir. Esses seres finitos somos nós, e nossa existência depende de Deus; A abordagem tomista estabelece uma cadeia de necessidade existencial, onde tudo o que é vivo necessita de algo ou alguém para existir, logo, se retrocedermos até o final, concluiremos que toda a vida possui como fim último o próprio Deus.

b) Abordagem Leibniziano: essa abordagem diz que “para qualquer coisa que existe, deve haver alguma razão, algum propósito ou contexto racional, para que exista em vez de não existir” (Moreland, Racionalidade da fé cristã, pg 19). Essa abordagem faz uma mescla entre a argumentação cosmológica de causa e efeito, com a argumentação teleológica de existência de propósitos para a criação, tornando a existência de Deus logicamente necessária;

c) Abordagem Kalam: Essa abordagem estabelece a relação de causa e efeito, ou seja, o universo e os seres vivos possuem uma causa, um começo, sem o qual jamais existiriam. Dessa forma, a existência de Deus é algo perfeitamente compreensível, pois, tudo o que existem tem que ter tido causa em algo qualitativamente melhor e quantitativamente maior do que o universo.

O argumento cosmológico entende que a causa primária tem que ser: a) viva, inteligente e moral (Pessoal); b) Livre; c) eterna. Desta forma, a unica pessoal capaz de preencher tais requisitos é Deus!  

Logo, o argumento cosmológico deve ser usado na apologética cristã a fim de apresentar argumentos de que Deus é a causa da nossa existência.

3.2) Deus e o Argumento Teleológico:

Esse método estabelece um argumento fundamentado na ideia de que tudo que existe possui um propósito específico. Neste compasso, o ser humano possui um propósito específico que precisa compreender. É exatamente aí que a apologética cristã entra em cena a fim de revelar, através da Bíblia, qual o propósito de todo ser humano.

O argumento teleológico busca levar o homem a fazer a seguinte reflexão (Moreland, Racionalidade da fé cristã, pg 137):

"Por que o universo existe? Por que a humanidade existe? Por que eu existo?"

A chuva possui o propósito de irrigar a terra, a terra possui o propósito de produzir plantas e moradia para o homem e, por sua vez, qual o propósito do homem? Cuidar da criação de Deus e servir a Ele em completa submissão e satisfação!

3.3) Deus e o Argumento Ontológico

Esse método se baseia na perspectiva de que se o homem pensa sobre Deus, logo, Deus deva existir, pois, o homem possui um conhecimento básico da existência de Deus que faz com que ele pense constantemente sobre a divindade. O método ontológico se baseia naquela frase de René Descartes “Penso, logo existo”, ou seja, se a humanidade não consegue parar de pensar em Deus, logo, Deus existe e infundiu essa necessidade em nós.

Este argumento se apropria da informação de que todas as civilizações, na história da humanidade, desenvolveram um conceito próprio sobre a existência de um deus, logo, existem uma “fagulha divina” dentro do homem que o motiva a busca a Deus. Essa necessidade por algo divino é uma evidência real da existência de Deus.

 3.4) Deus e as evidências arqueológicas:

As descobertas arqueológicas têm provado a veracidade da Bíblia e, por consequência, provado que o Deus da Bíblia é real.

3.5) Deus e o argumento Revelacional:

Esse método se baseia no pressuposto de que Deus se revelou de maneira geral, através da criação, e de maneira especial, através da Bíblia. A apologética cristã faz um elo entre a revelação geral e especial a fim de fazer uma argumentação lógica e, ao mesmo tempo, espiritual.

4) Pergunta apologética: “Se Deus existe, como um Deus bom pode permitir o mal e o sofrimento?

Essa pergunta é resultado do chamado paradoxo de Epicuro, qual seja: “Ou Deus deseja acabar com o mal, mas não pode, portanto, não é onipotente. Ou Deus pode acabar com o mal, mas não quer e, portanto, Deus não é bom”.

Apologética Cristã possui a resposta para esse dilema, qual seja: O mal e o sofrimento existem pelo fato de o homem ser livre e, portanto, poder agir contrário a vontade de Deus. Deus, ao criar o homem, concedeu ao mesmo livre-arbítrio para que o homem pudesse se relacional livremente com Ele. Contudo, o homem, no exercício de seu livre-arbítrio, decidiu praticar o mal e, assim, trazer sofrimento para a criação de Deus.

Para que Deus acabe, arbitrariamente, com mal, é necessário que remova nossa liberdade e nos transforme em seres sem nenhuma arbítrio e, portanto, seres mecânicos que não possuem vontade própria. Eliminar a liberdade humana é desumanizar o homem e torná-lo um ser completamente mecânico.

Deus jamais violará a liberdade do homem, mesmo que este pratique o mal, pois, a liberdade humana é o atributo que nos torna moralmente responsáveis diante de Deus e da criação. Logo, nós somos moralmente responsáveis pelo mal e sofrimento que causamos e não Deus.

Contudo, baseado nessa liberdade humana e na consequente responsabilidade moral, Deus concede ao homem oportunidade de retorno a presença Dele e, assim, acabar, de uma vez por todas, com o mal e sofrimento. Logo, Deus não é a causa do mal, mas, sim, a solução!  

5) CONCLUSÃO

Deus é um ser transcendente que decidiu se revelar ao homem. Neste contexto, a apologética cristã cumpri o papel de ser instrumento de Deus a fim de se revelar ao homem e conscientizar o mesmo da necessidade de voltar-se a Ele.

Desta forma, Deus se revelou como sendo onipotente, onisciente, onipresente, eterno e imutável. Tais atributos podem ser verificáveis através da sua Revelação Geral e Especial.  


Pb. Diego Natanael.

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Este artigo serve de material de apoio para a revista de escola dominical da Betel:

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